No 1º dia na Afonso Pena, drive-thru troca recicláveis por mudas frutíferas
É possível se desfazer de materiais como papel, plástico, vidro, óleo de cozinha usado, sucata de aço e outros
Espaço ao lado do Bioparque Pantanal, na Avenida Afonso Pena, em Campo Grande, virou o "Drive-thru da Reciclagem" e começou a funcionar nesta quinta-feira (14). Os condutores podem entrar com o veículo e fazer o descarte correto sem descer do carro. De brinde, levam mudas frutíferas. Durante três dias de evento, será possível se desfazer de materiais como papel, papelão, plástico, garrafa pet, vidro, óleo de cozinha usado, sucata de aço, ferro, e eletrônicos.
Com vários espaços e estandes, o evento - que já recolheu 45 toneladas de recicláveis desde a criação - está na 11ª edição. E quem chegou cedo foi o gestor de insumos de uma empresa de uniformes da Capital, Wellington Santos da Silva, de 28 anos. Ele deixou 500 quilos de retalhos de tecido e até sábado a empresa levará mais 400 quilos.
"Trabalhamos com sistema de corte, onde 90% dos tecidos são reutilizados e os outros 10% doamos. Faz parte do plano de negócio da empresa para destinação correta dos nossos resíduos", explica o gestor.
Para a coordenadora-geral do FAC (Fundo de Apoio à Comunidade), Adir Diniz, o objetivo é desenvolver a sustentabilidade. "Entramos com o dilema que nada se joga fora, tudo se transforma. Hoje, com a Unidade Técnica de Agricultura Urbana, fazemos a compostagem porque recebemos doações de hortaliças, verduras e frutas". O que não é aproveitado para o consumo, é misturado com maravalha - árvores secas doadas pela Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano).
"Depois de 40 dias, isso se torna um adubo 100% orgânico. Depois, é doado para hortas comunitárias", diz Adir. O FAC também recebe doação de banners, utilizados na confecção de sacolas reutilizáveis e lixinhos de carro - que também é dado como brinde para quem levar recicláveis até o próximo sábado.
O diretor-presidente da Agems (Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Mato Grosso do Sul), Carlos Alberto, também esteve presente no drive. "O lixo que a gente chama de resíduo sólido, hoje é uma riqueza imensa. Para estarmos aqui respirando, dependemos de preservar o meio ambiente" diz.
Ele cita sobre um projeto chamado "Agems Ambiental", que leva ensinamento para as crianças nas escolas. "Nós queremos preparar a futura geração. Então chamamos eles de detetives ecológicos e tem até carteirinha de detetive. Eles ficam responsáveis por cobrar pai e mãe para fazer o descarte correto do lixo", explica.
Carlos aponta falhas no sistema de descarte em Campo Grande, mas pede que a população procure locais adequados. "Hoje, o melhor lugar são as grandes redes de supermercados que tem local para fazer esse descarte. Remédio você vai na farmácia. Mas, nós precisamos aumentar o serviço e ações como essa de hoje para chamar atenção da sociedade, dos empresários, dos políticos. A coleta seletiva tem que melhorar", pondera.
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