No adeus a ex-chefe da polícia, amigos lembram admiração e décadas de histórias

O velório do ex-delegado-geral da Polícia Civil em Mato Grosso do Sul, Milton Watanabe Tocikazu, 72 anos, é marcado por muitas declarações de carinhos, emoção e boas lembranças. Neste sábado (dia 25), amigos e familiares se despedem de Milton, que morreu na manhã de sexta-feira, vítima de parada cardíaca durante caminhada no Parque das Nações Indígenas, em Campo Grande.

Muito emocionada, a família não deu entrevista, já os amigos buscaram conforto nos bons momentos vividos. “Foi surpresa que tenha morrido de ataque cardíaco, por ser uma pessoa saudável. Diferente de mim, que sou sedentário, sempre foi uma pessoa ativa. Era competidor de tiro, viajava para campeonatos, ganhava. Ele era unanimidade. O carinho que todos têm por ele é muito grande”, diz o delegado aposentado Jaime Bellimtane, 68 anos.

No fim da década de 70, Jaime e Milton deixaram os cargos de agentes da PF (Polícia Federal) pela carreira na Polícia Civil de Mato Grosso do Sul. “Eu era o elo entre os antigos policiais federais que estão em outros Estados e o Milton, ontem recebi mais de 20 ligações”, conta Jaime, narrando  a procura dos antigos colegas para prestar condolências à família do ex-chefe da Polícia Civil.

A perita aposentada Valdeci Batista Santos, 73 anos, lembra que conheceu Milton logo no começo de sua carreira. “Era uma pessoa saudável, simples, que se cuidava. Era parceiro, uma pessoa ímpar. Morreu como sempre quis, num jardim”, diz Valdeci. Ela avalia que ele sofreria mais se fosse vítima de uma enfermidade em que precisasse ficar preso a uma cama hospitalar.

Médico legista aposentado, o ortopedista Celso Massaschi rememora que trabalhou com Milton por mais de 30 anos. “Conheci desde quando era agente militar. Ele representava muito bem todas as categorias, a polícia, a família, a colônia japonesa. A gente nasce, cresce e floresce. Foi precoce, mas Deus sabe o que faz”.

Milton Watanabe foi diretor-geral da Polícia Civil entre 1999 e 2004. Ele foi nomeado em 1984 e, após três anos, já era diretor do Departamento de Polícia Técnica, cargo ao qual voltou entre 1990 e 1991, quando passou a ser coordenador de perícias até 1992.

Também assumiu a Disciplina da Academia de Polícia do Estado, como delegado titular do 7º Distrito Policial, do 1º DP e do 6º Distrito Policial, além de diretor de Polícia Especializada e superintendente da Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública). Milton Watanabe deixou as funções da polícia em 2008, quando se aposentou.

O velório acontece no Jardim das Palmeiras, na Avenida Tamandaré. O sepultamento será às 16h.