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Capital

No clima seco de inverno, fogo no mato vira “inferno” para moradores

Além da "dor de cabeça" aos vizinhos, incêndios em terrenos baldios também exigem escalas extras de militares no Corpo de Bombeiros.

Adriano Fernandes e Mirian Machado | 08/07/2018 12:01
A ilusão de que o fogo é sinônimo de limpeza aumenta aspecto de abandono de terrenos baldios. (Foto: Paulo Francis)
A ilusão de que o fogo é sinônimo de limpeza aumenta aspecto de abandono de terrenos baldios. (Foto: Paulo Francis)

A negligência de alguns moradores que ainda insistem em por fogo em terrenos baldios, somado ao clima seco da estação, gera um problema que todo o ano da “dor de cabeça” na vizinhança em qualquer bairro.

Com muitos terrenos ainda vazios o Jardim Mansur na região do bairro Vilas Boas em Campo Grande, por exemplo, chama a atenção pelo número de endereços incendiados. O contexto em todos eles é sempre o mesmo, segundo os próprios moradores. A ilusão de que por fogo no mato alto é a melhor saída para manter os terrenos limpos.

“Esses dias mesmo um vizinho contratou alguém para carpir o mato e a pessoa pôs fogo, sem pedir autorização para ele”, comentou a servidora pública Jocelina de Souza Dirce, de 35 anos. Moradora da Rua Amelia Alvez Pache, ela confirma que o problema se repete ano a ano. Assim como os transtornos.

Família "se tranca" dentro de casa em dias que a fumaça toma conta da vizinha. (Foto: Paulo Francis)
Família "se tranca" dentro de casa em dias que a fumaça toma conta da vizinha. (Foto: Paulo Francis)
Casa de servidora nunca para limpa por causa da fuligem dos incêndios. (Foto: Paulo Francis)
Casa de servidora nunca para limpa por causa da fuligem dos incêndios. (Foto: Paulo Francis)

“Tem que ficar passando pano na casa a toda hora porque só varrer não é o suficiente para tirar a fuligem. É ruim para durmir, não pode deixar roupa no varal e até meus cachorros tive que botar para dentro da casa porque estavam passando mal”, conta.

Esta semana um incêndio comprometeu até o tráfego de veículos pela região. “Estava parecendo neblina. Complicado até para dirigir por que atrapalhava a visão dos motoristas”, se queixa. O risco a saúde também é outra preocupação para o técnico de automação Jochua Pereira, de 28 anos, pai de um bebê de 10 mês.

“Quando o tempo fica assim e ainda mais com essas queimadas eu e minha esposa, mas nosso filho ficamos presos dentro de casa. Fechamos tudo e ligamos o umidificador”, comenta. Mas o morador também dá o exemplo de há bom senso. Ele e outros vizinhos se uniram e bancaram a limpeza - sem queimada - de um terreno baldio que fica ao lado de sua casa, na Rua José de Anchieta, no Vilas Boas.

Terreno incendiado por rua do Jardim Mansur. (Foto: Paulo Francis)
Terreno incendiado por rua do Jardim Mansur. (Foto: Paulo Francis)

Queimadas

Desde o dia 01 deste mês o Corpo de Bombeiros da Capital e de todas a outras unidades do Estado, está com escalas extras de militares para agir contra os focos de incêndio que aumentam, principalmente na área urbana. Em Campo Grande, por exemplo, duas equipes com média de oito oficiais que reforçando o efetivo. A previsão é que pelo menos até novembro as equipes extras sejam mantidas de prontidão. 

“Percebemos um aumento considerável das ocorrência com o período de estiagem e, culturalmente os moradores ainda insistem em tentar limpar o terreno queimando a vegetação. Então nós trabalhamos sempre, tentando orientar que essa prática é um risco a saúde, além de poder causar acidentes”, comenta a Major Tatiane Inoue do Corpo de Bombeiros.

Só neste domingo (08) os bombeiros foram acionados para pelo menos 3 ocorrências de incêndio em vegetação, na Capital.

Terreno também é usado para descarte de entulho. (Foto: Paulo Francis)
Terreno também é usado para descarte de entulho. (Foto: Paulo Francis)
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