No desespero em busca emprego, trabalhadores caem no "golpe do Pix"
Oportunistas enganam vítimas e pedem transferências bancárias para cobrir despesas com uniformou ou exame
O sonho de conquistar a tão sonhada vaga no mercado de trabalho tem se tornado pesadelo na vida de moradores de Campo Grande. Assim como denunciado pelo Campo Grande News, no mês de abril, golpistas estão se aproveitado do momento de desespero de pessoas desempregadas para lucrar.
A dinâmica é a mesma. Nas redes sociais, oportunidades de trabalho são anunciadas em grupos de vagas. Quando interessados entram em contato, são “contratados” quase que instantâneamente. Porém, para que o vínculo seja firmado, transferências bancárias são solicitadas aos candidatos, principalmente após o lançamento do “Pix”, ferramenta que facilita pagamentos entre contas bancárias.
Para alguns, o valor cobrado pode parecer baixo. Mas, faz falta na vida de muita gente. “A minha sogra me emprestou o dinheiro, pedi para minha mãe fazer o Pix e enviei o comprovante. Foi R$ 37, dinheiro que me faz falta”, deixa claro a jovem Gilce Hellen Lima da Silva, de 25 anos, uma das vítimas desta semana.
Segundo ela, o anúncio da vaga foi feito na segunda-feira (14). “Vi na internet e estava escrito que tinha duas vagas para auxiliar de produção destinadas a mulheres. Mandei WhatsApp, o rapaz me respondeu e pediu foto do meu currículo. Depois falou que entraria em contato no outro dia, foi quando mandou mensagem especificando a vaga e pedindo Pix para pagar pelo uniforme”, revela a vítima.
A promessa, de acordo com o “contratante”, era de explicar ao certo qual seria o local de trabalho e como seria o exame admissional, entre hoje e amanhã. Na próxima segunda-feira (21), Gilce começaria a trabalhar.
“Eu até perguntei onde era o endereço da empresa e ele falou que daria todas as informações depois do valor do pagamento, no dia do exame admissional. Hoje, mandei mensagem perguntando sobre o encaminhamento, a mensagem nem chegou”. Ainda conforme a vítima, sempre que liga para o telefone do contratante, dá desligado.
A reportagem também tentou contato com o número indicado pela vítima, sem sucesso. A vítima disse ainda ter se deparado com o depoimento de outra menina que, também nesta semana, caiu no mesmo golpe.
Grupo maior – Em abril, mais de 20 pessoas registraram boletim de ocorrência, em delegacia de Campo Grande, após caírem no “Golpe do Pix”. A forma como as pessoas foram abordadas, para possível vaga de auxiliar de serviços gerais, é a mesma como Gilce foi “contratada” para o falso emprego.
Na ocasião, o dinheiro cobrado pelos golpista – R$ 28 – seria para realização do exame admissional. A Polícia Civil investiga o caso.