No Noroeste, chuva transforma rua em rio com três "cachoeiras"
A cada chuva os moradores precisam mudar sua rotina, já que na maioria das vezes não dá nem para sair de casa
Rua EW1, no Jardim Noroeste, além de se transformar em um rio, ganhou três “cachoeiras” após a chuva de 41 milímetros que atingiu Campo Grande entre a noite deste domingo (21) e a manhã desta segunda-feira (22). No bairro em que a maioria das ruas não é asfaltada, os problemas se repetem e a cada chuva os moradores precisam mudar a rotina, porque muitas vezes nem conseguem sair de casa.
A dona de casa Silvana Maria, de 45 anos, conta que a situação está piorando. “A cada chuva a sujeira aumenta e novos buracos se abrem”, relata. Nesta segunda-feira, segundo ela, a chuva atrapalhou a rotina de crianças que ficaram ilhadas e não conseguira, ir para a aula. “Nem quando você mais precisa consegue passar de carro, em uma emergência nem ambulância passa”, reclama.
Até coisas simples como fazer compras, se tornou uma tarefa difícil para ela. “Fiz compras esses dias e cheguei de Uber. O carro teve que parar na esquina e fizemos quatro viagens a pé para descarregar tudo”, lembra. Sem iluminação no trecho da estrada EW1, as dificuldades aumentam a noite, já que sem luz fica mais difícil transitar no bairro.
A situação se repete em outros trechos do bairro, como na rua Marechal Mallet. A dona de casa Verasy Feliciano dos Anjos, de 46 anos, mora há um ano e meio em um barraco na rua. “Hoje o jeito ainda está tranquilo, porque quando chove mais forte ai sim a água toma conta de toda a via”, conta.
Além de atrapalhar a mobilidade, a chuva já deu prejuízo a Versy. “É complicado dentro de casa também, eu já perdi cama, televisão, roupas e até parte do telhado”, relata. Para sair de casa, Verasy arrisca, tira o sapato e atravessa a ria no meio da sujeira.
Na Rua Vassouras a situação é a mesma. O pedreiro Narciso Agueiro, 43 anos, que mora há 10 anos no bairro, reclama da dificuldade de sair casa. “Choveu, você nem atravessa a rua, tem que ficar preso em casa. Se você precisa pegar um ônibus, mal consegue chegar ao ponto e os motoristas nem sempre param fora do ponto”, afirma. Ele até brincou que como a rua se transformou em um “rio” pensou em pescar em frente de casa.