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Capital

Noite de terror: motorista de aplicativo passa horas dirigindo para assaltantes

Motorista foi rendido por 5 horas, enquanto bandidos faziam assaltos pela cidade; bandidos foram rastreados por colegas da vítima

Silvia Frias e Bruna Kaspary | 27/01/2019 09:18
Casal (abraçado) se reencontrou na delegacia, depois de horas de pesadelo (Foto: Marina Pacheco)
Casal (abraçado) se reencontrou na delegacia, depois de horas de pesadelo (Foto: Marina Pacheco)

Um motorista de aplicativo passou 5 horas sob o poder de bandidos durante a madrugada, em Campo Grande, sendo obrigado a conduzir o veículo enquanto os criminosos realizavam vários assaltos pela cidade. Os homens foram presos a partir de rede de informações dos colegas da vítima.

Segundo relato das vítimas ao Campo Grande News, o pesadelo começou por volta das 2 da manhã. A mulher do motorista é recepcionista em um motel no bairro Coophasul e estava fazendo o registro de saída de dois casais na portaria: um homem e uma travesti e, o outro, um homem e uma mulher.

A recepcionista disse que o homem do primeiro casal começou a gritar que não era para dar o troco para o segundo casal “que eles não tinham que receber nada, porque ele abominava travesti”. Em seguida, ele pediu que fosse chamado um motorista de aplicativo. A funcionária do motel acionou o marido para prestar serviço ao primeiro casal.

Quando o motorista chegou, o homem disse que estava armado, exigiu dinheiro do caixa e queria que o motorista comprasse droga. Assustada, a recepcionista não abriu o caixa e o casal rendeu o motorista, que foi levado.

“Não sabia se chamava a polícia, porque aí eles poderiam cruzar com o camburão, fiquei com medo do que poderia acontecer, eu não sabia o que fazer”, disse a recepcionista. Ela, então, entrou em contato com uma motorista de aplicativo, colega do marido. O grupo mantém um sistema de monitoramento, justamente para ser usado em situações de risco e começaram a rastrear o veículo da vítima.

Motoristas de aplicativo auxiliaram a rastrear o veículo do colega (Foto: Marina Pacheco)
Motoristas de aplicativo auxiliaram a rastrear o veículo do colega (Foto: Marina Pacheco)

Rolê – Depois que saiu do motel, o homem mandou que o motorista fosse até o bairro Guanandi e, depois na Nhanhá, porém, no caminho, a mulher pediu para ser deixada antes, “porque tinha algum problema”.

Na Vila Nhanhá, a vítima disse que parou o carro na rua e o homem gritava “Padrinho, o Alemão chegou”. Em seguida, foi obrigado a ir até uma casa, onde Alemão parou, entrou, deixou os celulares que havia roubado da recepcionista e do motorista e voltou com drogas. O motorista contou que não tinha como fugir, porque o criminoso levou a chave do veículo.

O motorista contou que, nesse momento, um comparsa de Alemão entrou no carro e foram para o Bairro Guanandi e, de lá, para a antiga Rodoviária, no centro da cidade. No local, os dois bandidos começaram a discutir e Alemão desceu do carro.

O segundo bandido, que havia entrado o carro na Nanhá, assumiu a direção do veículo, mandou que o motorista fosse para o banco de trás e chamou outro comparsa. A partir daí, os dois bandidos começaram série de assaltos: um na Rua 7 de Setembro, dois na Avenida Calógeras, e mais dois nas avenidas Costa Silva e na Manuel da Costa e Lima.

Bandidos foram presos, depois de sequência de quatro roubos pela cidade (Foto: Marina Pacheco)
Bandidos foram presos, depois de sequência de quatro roubos pela cidade (Foto: Marina Pacheco)

Depois dos roubos, os bandidos voltavam para a Nhanhá para comprar mais drogas.

Rastreamento – Enquanto o motorista continuava rendido pelos bandidos, os colegas do aplicativo tentavam rastreá-lo. Na rotatória da avenida Guaicurus um deles conseguiu identificar o carro e acionou a Polícia Militar, que já estava fazendo buscas pelos bandidos. Eles foram abordados e rendidos por volta das 7 horas deste domingo.

Na delegacia, o casal se reencontrou e permaneceu abraçado e emocionado. “O tempo todo mantive a calma e não tentava questionar, só fazia o que eles mandavam”, disse o motorista.

O caso está sendo registrado como cárcere privado e roubo majorado por porte de arma. O primeiro bandido, identificado como “Alemão do PCC” está sendo procurado.

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