Nos terminais, fiscalização diz que uso de máscara foi uma "grata surpresa"
Quem era encontrado sem máscara, recebia o equipamento, mas desrespeito ao distanciamento continua
No primeiro dia de obrigatoriedade do uso de máscaras em ônibus do transporte coletivo, a fiscalização considerou adesão satisfatória, “uma grata surpresa”. Porém, não foi difícil encontrar quem não respeitou a norma ou o distanciamento social nos terminais.
A fiscalização começou com a circulação dos ônibus, hoje, nos terminais Júlio de Castilhos, Guaicurus e Bandeirantes. Os passageiros que são encontrados sem máscara são orientados sobre o decreto que obriga o uso do EPI (Equipamento de Proteção Individual) dentro dos ônibus e recebem uma de brinde da equipe da prefeitura.
No terminal Júlio de Castilho, a fiscalização estava sendo feita por sete fiscais da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana) e da Guarda Municipal. O titular da secretaria, Luís Eduardo Costa, disse que 90% dos usuários do transporte coletivo estão obedecendo a regra, “uma grata surpresa”.
“É uma realidade que o campo-grandense precisa entender que vai fazer parte do cotidiano, vão conviver com isso pelos próximos meses, no decorrer do ano, não tem data para essa medida ser retirada”, disse o secretário.
Uma das pessoas orientadas foi o pintor Sebastião dos Santos, 57 anos, que desceu do ônibus do Jardim Imá sem máscara. Ele foi abordado por uma equipe e ganhou o EPI da prefeitura. Questionado pela reportagem o motivo de não estar usando uma, respondeu: “Eu tenho, tá aqui na mochila”.
Ele reclamou que a fiscalização tem que ir aos bairros, onde a medida não está sendo cumprida pelos usuários do transporte coletivo. Também questionou que, se a prefeitura quiser obrigatoriedade, deve distribuir o material. “Mas o senhor acabou de receber”, disse a reportagem. Resignado respondeu. “É, agora vou usar”.
Segundo a prefeitura, a fiscalização fora dos terminais depende do motorista, que só pode sair quando todos os passageiros estiverem de máscara.
A auxiliar de limpeza Núbia Silva de Oliveira, 47 anos, presta serviço em unidades de saúde e achou a medida bem-vinda. “Estou vendo tudo que está acontecendo, sei que a coisa é séria, por isso, acho ótimo [decreto]”. Ela reclama que sempre usou a máscara, mas quem não tinha o EPI coloca o outro em risco.
Risco – hoje, também foi possível flagrar o desrespeito ao distanciamento social necessário em locais públicos. A fila do ônibus Julio de Castilhos- Morenão tinha mais de 60 pessoas, mas ninguém respeitou a distância mínima de 1,5 metro e as equipes da Guarda Municipal e da Semadur não interferiram na situação.