“Nosso sobrenome é resistência”, diz produtora cultural ao perder Kombi queimada

Emocionada, a produtora cultural Luanna Peralta contou ao Campo Grande News como se sente após ter seu principal meio de transporte incendiado por volta das 18h desta terça-feira (30), no Bairro Maria Aparecida Predossian.

A Volkswagen Kombi, apelidada de "Guerreira Kombosa", ficou completamente destruída. A empresária pede doações para cumprir com compromissos já firmados, que dependiam de transporte. No vídeo acima, ela chora enquanto assiste ao fogo consumindo o veículo. "Perdi tudo", diz.

Luanna é organizadora da Feira Ziriguidum e era dona do espaço Laricas Cultural, fechado há nove meses. Ela conta que a Kombi estava na família desde 2002 e, além do valor sentimental, era importante para o seu trabalho. “Eu trabalho com ela, sou produtora cultural independente e faço todos os meus corres com a Kombi. Utilizo para levar tudo para as feiras”, disse.

O veículo pegou fogo, provavelmente, por conta de uma falha elétrica, de acordo com Luanna. Ela relata que ligou a Kombi, andou cerca de 50 metros, ouviu um estouro e desceu do veículo, que começou a pegar fogo. Junto com a produtora estava sua filha de 15 anos. Ninguém se feriu.

Tudo aconteceu em frente à casa do pai de Luanna, quem ajudou a cessar as chamas foram moradores do local. “Tivemos todo o apoio dos vizinhos, que conheço há muitos anos. Eles vieram de todos os lados com extintor e água, mas não deu para apagar. O fogo se alastrou muito rápido”. O Corpo de Bombeiros foi ao local, mas chegou quando as chamas já estavam quase apagadas.

Para a família de Luanna, a “Kombosa” tinha uma grande importância afetiva. Em 2017, o Lado B mostrou essa relação de amor e nostalgia, quando ela arrecadou fundos para reformar o veículo. Clique aqui para ler a matéria completa.

Agora, o que resta é o sentimento de tristeza por perder o meio de transporte. “Impotência de ver acontecer e não poder fazer nada. E o mais difícil é depois dessa tragédia ter que agradecer porque minha filha está bem”.

Luanna já tinha sofrido um revés na vida quando, em outubro de 2023, o espaço Laricas Cultural foi fechado. Ela lamenta a falta de apoio para trabalhar com cultura em Campo Grande. “Me sinto desvalorizada pela vida. Já não tinha o reconhecimento do trabalho como produtora independente. Estou numa eterna sobrevivência, sempre procurando um jeito melhor de viver por ter escolhido viver de cultura nessa cidade. O nosso sobrenome é resistência”, confessa Luanna com a voz embargada.

Ela sabe que não vai conseguir comprar outro veículo, mas pede doações para, pelo menos, concluir a agenda que já tinha sido firmada e sobreviver, já que dependia da Kombi para muitas coisas. As doações podem ser de qualquer valor, para o pix 67981515511.

“Não me sinto confortável de estar pedindo ajuda financeira, o que quero é oportunidades para trabalhar na minha área, como produtora cultural”, declara Luanna Peralta, ao agradecer o apoio das pessoas que acompanham sua trajetória e a ajudam.

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