ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
MARÇO, SÁBADO  15    CAMPO GRANDE 31º

Capital

"O sentimento é de impunidade", resume família de músico morto em acidente

O músico Sérgio Roberto, 27, morreu na segunda (18) após ser atingido por carro que invadiu preferencial

Gabrielle Tavares e Bruna Marques | 19/04/2022 15:36
"O sentimento é de impunidade", resume família de músico morto em acidente
No velório, amigos levaram os instrumentos de Sérgio como forma de homenagem. (Foto: Paulo Francis)

Sepultamento do músico Sérgio Roberto Pinto de Arruda, 27, morto em acidente no Bairro Morada do Sossego, em Campo Grande, foi realizado na tarde desta terça-feira (19), no Cemitério Jardim das Palmeiras.

Entre os familiares, o sentimento é de indignação contra o motorista que atingiu a moto onde estava Sérgio, no cruzamento entre as ruas Miguel Bedoglim e Elmira Ferreira de Lima. Ele estava pilotando a moto e morreu no local. O homem que estava na garupa, identificado apenas como Sidnei, foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros e enviado para a Santa Casa de Campo Grande.

“Ainda estou em estado de choque pelo que aconteceu com meu filho. Fui lá na hora, foi muito doído, não é justo o que fizeram com meu filho”, disse a mãe do músico, Sueli Rodrigues, 49.

"O sentimento é de impunidade", resume família de músico morto em acidente
Mãe de Sérgio, Sueli Rodrigues, ao centro de blusa rosa pede justiça pelo filho. (Foto: Paulo Francis)

“Jamais esperava que isso fosse acontecer, ele era muito jovem e tinha a vida inteira pela frente, aí vem um irresponsável no trânsito, que não respeita placa, não respeita nada e ceifou a vida do meu filho. Um motorista desse nem deveria ter habilitação. Meu filho tinha um futuro pela frente”, completou.

Sérgio era músico freelancer e não tocava em um grupo fixo. Descrito por amigos e familiares como uma pessoa calma e alegre, tinha o sonho de alcançar grandes públicos e “fazer o nome” no cenário musical.

No velório, amigos levaram os instrumentos que Sérgio usava para trabalhar, como forma de homenagem. Ele começou a tocar percussão quando tinha apenas 11 anos, em 2006, no grupo chamado “Ki Samba”.

Com mais de 10 anos de carreira, ele se sustentava pelo dinheiro que ganhava dos cachês. No dia anterior ao do acidente, inclusive, havia se apresentado e no momento da colisão, estava levando os instrumentos para casa, com a ajuda do amigo que pilotava a moto.

“Domingo foi o último dia que vi ele. Só escutei a voz dele na segunda, falando com minha mãe, que ia buscar os instrumentos e isso aconteceu. Ele fez três viagens de moto com o amigo dele. Primeiro, tinham levado o surdo, depois rebolo (instrumento de marcação) e na terceira viagem, sofrerem o acidente”, explicou o irmão mais velho da vítima, Sandro Arruda, 37.

A relação entre os irmãos foi descrita por Sandro como de pai e filho, já que ambos moravam só com a mãe e a outra irmã, de 34 anos. No velório, o semblante era de saudade e inconformidade pela vida do caçula ter sido interrompida repentinamente.

“Era um guri calmo, não fazia nada para ninguém. Sempre queria estar junto. Um irmão que nunca brigamos, um menino que tudo que eu falava, me escutava. O sentimento é de impunidade, porque enquanto fiança cobrir esse tipo de situação, ninguém vai pensar duas vezes. Foi falta de responsabilidade, a gente que tira carteira (de habilitação) sabe o que é preferência”, ressaltou.

O caso - A colisão entre um Fiorino e a moto Yamaha Fazer aconteceu na manhã de segunda-feira (18). Vídeo de câmera de segurança mostrou que Sérgio seguia pela preferencial com o colega quando foram atingidos. Após colidir com a moto, o carro ainda bateu em um VW Gol estacionado.

O motorista envolvido no acidente foi identificado e prestará esclarecimentos.O empresário Antônio Nilton Carraro informou ao Campo Grande News que é funcionário dele.

"Levei ele de lá para evitar mais problemas, mas foi ele quem acionou o socorro e antes de sair, deixou os documentos com os bombeiros. Ele não fugiu". O carro que o homem conduzia pertence à empresa de Antônio e os dois estão dispostos a colaborar com a investigação, garantiu o patrão.

No cruzamento do acidente, o sinal de “Pare” na rua em que o carro que atingiu a vítima seguia foi pintado pelos moradores. Questionada, a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) alegou que a manutenção da sinalização do local já está na programação de serviços.

Nos siga no Google Notícias