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Capital

Olarte só pagará reajuste a professores em 2015 se tiver dinheiro, diz projeto

Eduardo Penedo e Edivaldo Bitencourt | 08/11/2014 10:50

O adiamento de outubro deste ano para maio de 2015, parcelado em duas vezes, não garante o pagamento do reajuste de 8,46%. No projeto encaminhado à Câmara Municipal, o prefeito Gilmar Olarte (PP) faz a ressalva de que só reajustará os salários "se tiver dinheiro". A falta de recursos é a o principal motivo para o não cumprimento da lei de 2012, que determina o reajuste.

Os vereadores da oposição e até da base aliada ameaçam não aprovar a proposta, encaminhada ontem à tarde ao legislativo. “Ser da base é uma coisa, mas fazer milagre é outro”, comenta o vereador Eduardo Romero (PTdoB). Nem o líder do prefeito, Edil Albuquerque (PMDB) tinha conhecimento do projeto de adiar e parcelar o reajuste. 

Por não aceitar o atraso na concessão do reajuste, de outubro para dezembro, os professores deflagraram greve na Reme (Rede Municipal de Ensino) na quinta-feira. Cerca de 75% das 94 escolas municipais estão fechadas. 

Segundo o preside da Câmara, vereador Mário Cesar (PMDB), os vereadores fizeram um estudo antes de aprovar a Lei que reajusta o salário dos professores em 8,46%. “Nós fizemos o estudo no orçamento . Nós até queríamos contemplar outras categorias como os enfermeiros, médicos , mas o então prefeito Alcides Bernal vetou . Tentamos colocar como emendas, mas Bernal entrou com uma ação que barrou o reajuste das outras categorias. No entanto, a Justiça manteve o reajuste dos professores, ou seja, tinha recursos para ser pago os professores. O prefeito foi mal assessorado e disse isso que é uma inverdade”, explica.

Ele comenta ainda que em abril o prefeito tinha orçamento para dar 18,8% de reajuste e não se manifestou. “Seria mais fácil ele (Olarte) ter dito que não tinha dinheiro e não ia pagar do que fazer toda essa celeuma”, argumenta.
Mario Cesar explica que na reunião que será realizada hoje (8), às 11h30, entre os vereadores, prefeito e professores possa sair alguma deliberação, pois ele acredita que dá forma que foi apresentado o projeto teria dificuldade em aprová-lo.

Romero disse que da forma que está o projeto ele não votaria a favor , mesmo sendo da base aliado do prefeito. “Eu sou professor e vereador me senti desrespeitado ontem quando o prefeito Gilmar Olarte preferiu ir a um programa de TV a discutir o reajuste dos professores com a categoria e os vereadores. Ele quis ser mediático em vez de discutir um problema que está afetando a vida do campo-grandense”, explicou. Ele classificou o adiamento do reajuste como "desrespeitoso".

Segundo Romero, ele entende a dificuldade que a prefeitura está tendo, mas ir dar entrevista a uma TV em vez discutir com a categoria. ”Ele deveria usar a reunião de hoje como termômetro já que estará os professores e os vereadores e não ter falado na TV o que iria fazer. A única coisa boa é que ele quer pagar, mas ainda não tem como”

“Eu não estou sabendo desse projeto. Talvez tenha sido protolado no fim da tarde. Eu ainda não tenho conhecimento sobre isso. Sei só que o parcelamento do salário dos professores está sendo discutido entre a categoria e o prefeito”, reagiu Edil, que não foi informado do projeto pelo prefeito. 

Os professores cobram o reajuste de 8,46%, que elevar a remuneração inicial vai passar de R$ 1.564 para R$ 1.697 (100% do piso nacional). Já quem está acima na estrutura de carreira terá o salário aumentado de R$ 2.347 para R$ 2.546.

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