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Capital

Ônibus atola em lamaçal e ruas do Nova Campo Grande viram cenário de rally

Com tanto barro, residentes brincam sobre trocar o nome do local para ‘Nova Lama Grande'

Por Natália Olliver e Clara Farias | 13/04/2024 09:43
Veículo atolou na Rua 107, com Rua 70, no Nova Campo Grande (Foto: Alex Machado)
Veículo atolou na Rua 107, com Rua 70, no Nova Campo Grande (Foto: Alex Machado)

Há meses moradores do Nova Campo Grande, região leste da Capital, vivem cenário de rally pelas ruas do bairro. Um ônibus que transportava trabalhadores do frigorífico JBS atolou em lamaçal que encobre as vias na madrugada desta sexta-feira (12), na Rua 107, entre a Praça Seis e a Rua 70. Com tanto barro, residentes brincam sobre trocar o nome do local para ‘Nova Lama Grande’.

Para desatolar o veículo foi preciso ajuda de outro carro da empresa já na manhã deste sábado (13). Os funcionários tiveram que ser resgatados ainda de madrugada, às 4h, para chegar até o local de trabalho. O vídeo encaminhado ao Campo Grande News, pelo canal de interação com leitor, Direto das Ruas, mostra o ônibus com dificuldades para  seguir viagem.

Nesta manhã, o cenário é ainda mais visível. O problema, segundo moradores, é a instalação da rede de esgoto que não foi cascalhada. Antônio Marcos Batista, 53, metalúrgico, mora na rua onde o veículo atolou. Ele ficou ilhado em casa, impedido de sair com o carro pelo o ônibus estar bloqueando a passagem.

 “Tinha que estar 6 horas na empresa e até agora não consegui sair com o carro porque o ônibus atolou. Fora o risco de o meu carro atolar também atolar. A nossa rua está assim há 15 dias, desde quando começou a passar o esgoto e para piorar, ontem passaram as máquinas aqui que afundaram ainda mais o barro. O próximo a atolar vai ser eu.”

Antônio Marcos, morador da Rua 107 com 70, no Nova Campo Grande (Foto: Alex Machado)
Antônio Marcos, morador da Rua 107 com 70, no Nova Campo Grande (Foto: Alex Machado)

Ele acrescenta que o bairro vive em um rally e que é difícil manter a casa limpa. “Isso aqui era reto e podia lavar a calçada, podia lavar o quintal, que não ficava desse jeito, aí rasparam aqui, fizeram o esgoto e ficou esse troço nojento aí. Cheguei a trazer algumas pedras do serviço para colocar aqui na minha calçada para conseguir entrar em casa. Além de sujar a varanda, ainda pode bater no portão, porque entra deslizando por causa do barro.

Outra rua, mesmo problema - Na Rua 110, com a Rua 76, o motorista de aplicativo Bruno José da Silva, de 33 anos, conta que evita pegar passageiros na região devido ao lamaçal.

Bruno José da Silva, motorista de aplicativo evita pegar passageiros no bairro (Foto: Alex Machado)
Bruno José da Silva, motorista de aplicativo evita pegar passageiros no bairro (Foto: Alex Machado)

“Eu só levo se o passageiro estiver por aqui quando eu estou saindo, porque senão fico lá na região do aeroporto mesmo esperando a corrida. Aqui não tem como, é um lamaçal. Antes era Nova Campo Grande, agora se tornou o Nova Lama Grande. Eu lavo o carro quando dá também, porque senão teria que lavar duas vezes por dia.”

Ele conta que o problema acontece há dois meses e também atribui à rede de esgoto. “Não voltaram para cascalhar, e olha que nossa rua é uma das que estão melhores. Tem lugares aqui no bairro que alaga completamente quando chove, e agora, tá chovendo todo dia então estamos vivendo com isso o tempo todo”.

O operador de empilhadeira Ibrahim Sleiman, 34, mora no local há 15 anos. Ele comenta que tem sido complicado viver no bairro.

Ibrahim Sleiman mostra como passa na Rua 110 com Rua 76 (Foto: Alex Machado)
Ibrahim Sleiman mostra como passa na Rua 110 com Rua 76 (Foto: Alex Machado)

“Os últimos meses têm sido difíceis aqui. Sempre esteve o caos, mas quando passa o trator fica pior. Fora que o asfalto que sempre prometem nunca chega. Tem algumas ruas que o pessoal paga pelo asfalto que nem tem, é um absurdo. Para sairmos de casa nesse tempo de chuva, tem que sair preparado sabendo que pode atolar.”

A reportagem entrou em contato com a Águas Guariroba, que informou que a região está recebendo obras de infraestrutura em diversas ruas. "Para minimizar o impacto das obras de esgoto, a concessionária tem mantido equipes de plantão no bairro com equipamentos para realizar melhorias nas vias. Hoje mesmo uma equipe esteve nas ruas mencionadas na reportagem para fazer reparos. A região tem o lençol freático aflorado, deixando as condições do solo ainda mais afetadas após períodos de chuvas", escreveu em nota.

A Associação de Moradores do bairro informou ao Campo Grande News, que maquinários da empreiteira responsável pelas obras de esgoto foram no local para jogar terra nas ruas que estavam intransitáveis, incluindo a Rua Cento e Sete, em que o ônibus atolou.

(*) Matéria editada às 20h04 para acréscimo de nota.

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