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Capital

Operação contra PCC cumpre mandado em presídio de Campo Grande

Os alvos da “Protocolo Fantasma” fazem parte da “sintonia externa” do PCC e são responsáveis por planejar e executar ações sob comando de superiores

Geisy Garnes | 20/02/2019 18:22
Ação da polícia paulista em junho do ano passado na Máxima de Campo Grande (Foto: Arquivo Campo Grande News)
Ação da polícia paulista em junho do ano passado na Máxima de Campo Grande (Foto: Arquivo Campo Grande News)

Operação da Polícia Civil de São Paulo contra o PCC (Primeiro Comando da Capital) cumpriu na manhã desta quarta-feira (20) mandado de prisão a um interno do sistema prisional de Campo Grande. Denominada Protocolo Fantasma, a ação de hoje é desdobramento da “Operação Echelon” realizada em 14 estados brasileiros em junho do ano passado.

Conforme apurado pelo Campo Grande News, pelo menos um mandado de prisão foi cumprido em Mato Grosso do Sul. Nesta manhã, policiais do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros) foram a um dos presídio da Capital e interrogaram o interno. O nome do alvo da ação e a unidade em que está preso não foram divulgados.

A partir das apurações iniciadas na Operação Echelon, a Polícia Civil de São Paulo identificou diversos integrantes da facção que ocupam funções estratégicas no grupo. Segundo nota, os alvos da “Protocolo Fantasma” fazem parte da “sintonia externa” do PCC e são responsáveis por planejar e executar ações sob comando da hierarquia superior.

Esses integrantes são chamados de “ponteiros” e fazem a articulação entre integrantes da quadrilha nos estados brasileiros e no exterior. Apontado como peça chave na organização, Valter Luz Caires, o Keno ou Pigmeu, foi preso nesta manhã em Mongaguá, no litoral paulista, durante a operação.

Valter Luz ainda transmitia aos integrantes do PCC, nas ruas, as ordens de ataques a agentes públicos e de assassinato decididas dentro das prisões pela cúpula da facção. O preso, até então, só era conhecido por apelidos e códigos.

Além de São Paulo e Mato Grosso do Sul, foram cumpridos mandados de prisões no Tocantins, Paraná, e Pernambuco. De acordo com o polícia paulista, as ações vão continuar para identificar outros membros da facção, além de bloquear bens e contas bancárias vinculadas ao grupo.

Operação Echelon - Após 12 meses de investigação, foi descoberto como a cúpula do grupo mantinha contato com bandidos em outros Estados, atuando nos tráficos de armas e drogas.

A polícia foi acionada quando pedaços de manuscritos foram encontrados nos esgotos do Presídio de Segurança Máxima de Presidente Venceslau (SP) por agentes penitenciários. Após a identificação de sete líderes da organização, a equipe policial descobriu a existência da célula “Sintonia de Outros Estados e Países”.

O grupo investigado, ainda segundo a Polícia Civil de São Paulo, é responsável por acirrar a disputa de facções no Brasil, além de envolvimento em homicídios e desaparecimentos de pessoas.

Em Mato Grosso do Sul a operação detalhou como a facção age no Estado e revelou ordens de execuções no Tribunal do Crime contra supostos integrantes do Comando Vermelho.

Em uma das gravações feitas durante as investigações, datada de setembro de 2017, uma conferência detalha a divisão que PCC faz dos municípios do Estado. São citadas nominalmente 60 das 79 cidades de Mato Grosso do Sul. Sendo 22 municípios na região Sul; 15 na região Norte, que precisaria de atenção especial; 12 municípios no Leste; e 11 cidades no Oeste.

As investigações apontaram ainda que a facção paulista mantinha em Campo Grande uma casa de apoio para receber os familiares dos presos que cumprem pena na Penitenciária Federal da cidade. A polícia descobriu que todo integrante que cumprir pena em uma Penitenciária Federal recebe uma "ajuda" - espécie de compensação financeira mensal.

Nos 12 meses de investigação, forram encontraram ainda ligações que comprovam o envolvimento de internos dos presídios de Mato Grosso do Sul em decapitações. Em uma delas, Nilton Gauta Evangelista, o “Pezão”, é apontado como mandante de duas execuções: a de Rudnei da Silva Rocha, o Babidi e de José Carlos Figueiredo, o “Coroa”.

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