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Capital

Operação do RN cumpre mandados de prisão contra membros do PCC em MS

Ações ocorreram em 4 Estados e buscam ligação de advogados e presos com chefões do PCC em São Paulo

Izabela Sanchez | 05/07/2018 13:34
Presídio de Segurança Máxima em Campo Grande (Fernando Antunes)
Presídio de Segurança Máxima em Campo Grande (Fernando Antunes)

Operação do MPRN (Ministério Público do Rio Grande do Norte), intitulada Mamelungo, cumpriu 3 mandados de prisão contra presos do presídio de segurança máxima Jair Ferreira de Carvalho, em Campo Grande. Os três, segundo o MPRN, são ligados à facção paulista PCC (Primeiro Comando da Capital).

A operação ocorreu em 4 Estados: Rio Grande do Norte, São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul. As ações ocorreram pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado). Ao todo, foram cumpridos 52 mandados de prisão e outros 9 de busca e apreensão. Um advogado suspeito de ter sido “batizado” pelo PCC foi preso em Natal.

As investigações, segundo o MPRN, começaram em fevereiro de 2017, e apontaram a existência de uma célula de apoio jurídico aos “chefões” do PCC. Batizada de “sintonia dos gravatas”, a célula evoluiu. Segundo o MP, alguns advogados passaram a também servir de elo de comunicação das atividades criminosas entre os chefes presos e aqueles que estão em liberdade.

A investigação afirma que esse advogado envolveu-se com o PCC e pediu o “batismo” junto à facção a um detento que atualmente cumpre pena no Presídio Estadual de Junqueirópolis, no interior paulista.

Dos 52 mandados de prisão expedidos, 28 foram cumpridos contra pessoas que já estão presas, e que cometiam crimes de dentro dos presídios. Outros mandados, conta o MP, têm como alvo foragidos da Justiça, presos do regime semiaberto, e pessoas que estavam soltas, entre elas o advogado.

O nome da operação remete a um tipo de fantoche do Nordeste brasileiro. Mamelungo é uma referência à servidão dos integrantes da facção no Rio Grande do Norte aos chefões do PCC em São Paulo. Segundo as investigações, os chefões vivem na região Centro/Sul e “ostentam” alto padrão de vida, enquanto os integrantes do RN vivem em barracos na periferia.

Segundo o MP, os chefes paulistas mantêm a hierarquia por telefone. Com a comunicação, mantêm o controle financeiro, cobram o pagamento de mensalidades com transferências para contas bancárias em outros Estados, aceitam ou não o ingresso de novos integrantes e até ordenam crimes, inclusive homicídios, aos integrantes do Rio Grande do Norte.

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