Paciente “sem nome” está pronto para ter alta, mas depende da família
Assistência Social e Polícia Civil ainda não conseguiram identificação que chegou desmaiado ao hospital
Internado há dois meses na Santa Casa de Campo Grande, paciente está prestes a ter alta, mas não tem para onde ir. Até agora, a Polícia Civil e a equipe de Assistência Social do hospital não conseguiram identificá-lo e localizar familiares do homem.
O paciente, que aparenta ter entre 40 e 50 anos de idade, tem 1,83 de altura e aproximadamente 80 kg, e foi encontrado machucado e desacordado em rua da Capital no dia 3 de setembro, data que foi levado pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) à Santa Casa. Desde então, dá informações desconexas para os profissionais do hospital.
Já disse se chamar Denis Matarazzo e Denis Ferreira da Silva. Também afirmou que já viveu nos estados de São Paulo e Minas Gerais, mas ninguém com perfil dele e essa identidade foi encontrado em bancos de dados.
Dirce, Elizeu, Ieda e Carlinda são os nomes dos familiares dos quais tem lembrança, mas ninguém com esses nomes apareceu para procurá-lo. O hospital informou ainda que as digitais do homem foram colhidas por peritos papiloscopistas, mas o resultado, portanto, foi inconclusivo.
Internação social – Entre janeiro e agosto deste ano, a Santa Casa de Campo Grande já havia recebido 38 pacientes “sem nome”. Nessa hora, além da equipe médica correndo para salvar as vidas, entra em cena o trabalho das assistentes sociais, que saem em busca da identificação e famílias dos doentes. Mesmo assim, há casos em que os quartos da instituição viram “casa” para pessoas sem parentes, principalmente as idosas.
Dos 38 desconhecidos internados, 23 só foram identificados após exame papiloscópico – quando peritos do Instituto de Identificação são acionados para fazer a coleta das digitais e buscar nos sistemas da Segurança Pública.
São inúmeros os contextos sociais encontrados pelos leitos e corredores do maior hospital de Mato Grosso do Sul e a chamada de internação social – quando o paciente já pode deixar a unidade hospitalar, mas não tem para onde ir, ou porque não tem familiares ou pior, porque foi abandonado – é uma delas. Até agosto, a Santa Casa tinha três “moradores”. Hoje, já são quatro.
Quando o paciente tem alta, mas não tem condições de responder por si, como é o caso do homem que está há 66 dias no hospital, a Assistência Social aciona a Prefeitura de Campo Grande em busca de abrigo, mas nem sempre há vagas nas instituições públicas. É aí que pacientes vão ficando e acabam por ocupar permanentemente leito que poderia ser aberto para outras pessoas que precisam de internação pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Por isso, a Santa Casa divulgou nota na tarde desta terça-feira (28) pedindo ajuda para encontrar a família deste último paciente que chegou à unidade.
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