"Pai do Enigma", criador de boate morre aos 56 anos

Ezequiel Joaquim de Oliveira Netto, 56 anos, o Zica Oliveira, fundador da casa de shows Enigma faleceu neste sábado (17), após uma parada cardíaca por conta de complicações de um câncer de fígado.

O velório acontece desde às 13h30 no Cemitério Parque de Campo Grande, localizado na Avenida Senador Filinto Muler, 2603, no bairro Pioneiros. O sepultamento está marcado para às 16h30. Zica deixa quatro filhos e cinco netos.

Ele foi o responsável por criar um conceito diferente de casa noturna com acompanhantes há três décadas. O sucesso é tanto, que o Enigma existe até hoje. Segundo um dos filhos, Diogo Gruhn de Oliveira o pai conseguiu deixar um legado.

“Não tem uma pessoa para falar mal do meu pai. Todo mundo na cidade que conhece dele sabe da pessoa maravilhosa que era”, relembra. O filho conta que a ideia de abrir uma casa voltada para o público adulto em Campo Grande surgiu desde quando Zica era pequeno. “Meu vô levava meu pai nas casas de São Paulo. Ele sempre teve a ideia desde criança de abrir algo assim. O Enigma abriu em 12 de dezembro de 1992 e agora vai ficar uns sete dias fechado por conta do luto.”

Um dos frequentadores do local no início dos anos 90 revela que Zica aproveitou a ideia do momento de pagar famosas para virem até Campo Grande fazerem show e ao final, um dos participantes era sorteados para passar a noite com a moça.

“Ele pensou, por que a Casa não faz isso? E então começou a trazer atrações principais, de renome. Vinha capa da Playboy da Ele e Ela. Todas as meninas eram escolhidas a dedo. Vinham de Santa Catarina e também do Rio Grande do Sul. Vinha gente de fora para frequentar o Enigma”, revela.

Além disso, foi unânime na apuração da reportagem como Zica era querido por todos. “Ele era gente finíssima. Pesava uns 140 kg e o que tinha de tamanho, tinha de coração. O pessoal amava ele. As meninas ficavam na casa dele como se fossem filha”, conta outro frequentador.

Segundo as fontes, a clientela do Enigma sempre foi fiel e a maioria era de classe A no começo da existência da casa noturna. “Eram empresários, políticos, pecuaristas, autoridades que frequentavam o local. Tinha gente nova e gente velha. De tudo quanto é jeito”.

Nos últimos anos, a garotada que ia ao Enigma acabava indo com roupa de futebol. “Alguns saíam da pelada com os amigos e outros estavam assistindo jogo. Sempre quarta e quinta-feira eram os dias que mais lotavam. Todo mundo era feliz lá”, revela um dos jovens frequentadores.

Também havia mulheres casadas curiosas que iam ao local e eram muito bem tratadas, como revela outra fonte. “Queriam ir lá para conhecer. Lá dentro era muito massa. Tinha show de strip-tease , vários quartos. Já deixei meu acerto todo do serviço lá. E no meu aniversário, o Zica me deu uma garrafa de whisky”, relembrou.

Uma das garotas que trabalhou no Enigma, identificada como Helena, disse que todos estão muito tristes. "Hoje tem muitos corações partidos. Não dá pra acreditar que perdemos esse grande amigo, esse grande pai que foi pra gente. Melhor pessoa do mundo, coração imenso . Muita força nesse momento pra todos nós."

A amiga Lola também sentirá saudade de Zica. "Um ser humano  fantástico. Amava o que fazia e sempre tinha um conselho pra dar."