ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, QUINTA  14    CAMPO GRANDE 24º

Capital

Pais e alunos protestam contra fechamento de centro para surdos

Luana Rodrigues e Amanda Bogo | 30/12/2016 09:35
Pais e alunos deram as mãos em protesto em frente ao Ceada. (Foto: Marcos Ermínio)
Pais e alunos deram as mãos em protesto em frente ao Ceada. (Foto: Marcos Ermínio)

Pais e alunos fizeram protesto em frente ao Ceada (Centro Estadual de Atendimento ao Deficiente da Audiocomunicação) na manhã desta sexta-feira (30), em Campo Grande. A manifestação é contra o fechamento da entidade para as aulas de 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental.

Com a mudança, os alunos que estavam matriculados no local serão encaminhados para escolas da Rede Estadual de Ensino. Com faixas e cartazes nas mãos, cerca de 30 pessoas participaram da manifestação.

Ex-aluno e ex-professor do Ceada, Adriano Gianotto, 34 anos, considera a medida um retrocesso. “A legislação garante a educação especial, então o governo não pode fazer isso desta forma, acredito isso vai atrapalhar e muito o desenvolvimento das crianças”, considera.

Representante do Fórum Municipal de Defesa do Direito da Pessoa com Deficiência, Fabio Célio Oliveira de Araujo, também participou da manifestação por considerar a decisão contra lei. “A LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) garante que deve haver escolas bilíngües no município, e o Ceada é referência para todo o Estado", diz.

Mudança – A SED (Secretaria de Estado de Educação) informou que a partir de 2017 o local vai atuar apenas na formação, assessoramento , orientação e acompanhamento dos professores do ensino comum, instrutores mediadores modalidade oral, guias intérpretes que atuam com os estudantes com deficiência auditiva e com surdo/cegueira em Mato Grosso do Sul.

Segundo a SED, com a alteração, o Ceada também vai oferecer atendimentos de fonoaudiologia, terapia ocupacional, exames de audiometria e Atendimento Educacional Especializado.

O governo garante que os alunos transferidos receberão apoio de instrutor mediador, uma vez que ainda não são fluentes na Língua Brasileira de Sinais (Libras), e também o Atendimento Educacional Especializado em Libras, como primeira língua (L1), em Língua Portuguesa na modalidade escrita (L2) e Matemática.

A secretaria conta, ainda, com a atuação do CAS (Centro de Capacitação de Profissionais da Educação e Atendimento às Pessoas com Surdez), voltado também para a formação, assessoramento, orientação e acompanhamento de professores.

O CAS tem como objetivo prever e prover apoio no contexto escolar, dispondo de 261 profissionais especializados na área da surdez, e também, atende anualmente por meio dos cursos de Libras cerca de 780 cursistas, visando a difusão e fortalecimento de uma sociedade bilíngue.

Manifestantes com faixas e cartazes em protesto. (Foto: Marcos Ermínio)
Manifestantes com faixas e cartazes em protesto. (Foto: Marcos Ermínio)
Nos siga no Google Notícias