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Capital

“Palavra da moda”, diz secretário ao negar "colapso" na saúde da Capital

Segundo o secretário municipal de saúde José Mauro, em caso de superlotação há possibilidade de abertura de novos leitos

Jhefferson Gamarra | 02/03/2021 17:26
Secretário Estadual e Muncipal de Saúde durante ativação de leitos na Capital (Foto: Divulgação/Governo MS)
Secretário Estadual e Muncipal de Saúde durante ativação de leitos na Capital (Foto: Divulgação/Governo MS)

Mesmo com 88% dos leitos de UTI’s ocupados por pacientes com covid-19, o secretário municipal de saúde, José Mauro de Castro, afirma que Campo Grande não está a beira de um colapso por falta de leitos, contrapondo a fala do secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, durante live realizada nesta terça-feira (02).

A Capital já registou mais de 95% de leitos ocupados em diferente momentos no ano passado. Para o gestor municipal, ainda hoje, o alto índice de ocupação de leitos em Campo Grande se deve aos pacientes vindos do interior.

Apesar de apontar para controle da situação, ele admite o avanço nas estatísticas, mas como reflexo da nova onda. “Colapso é a palavra da moda atualmente. De fato tivemos um aumento expressivo na ocupação de leitos da Capital, isso é em nível nacional devido a nova onda da covid-19 que atinge a população. O que impacta o nosso sistema municipal são os pacientes trazidos do interior para tratamento em Campo Grande”, esclarece.

De acordo com a Sesau, Campo Grande recebeu um volume muito grande de pacientes. A taxa de ocupação de pessoas transferidas de outras localidades é de 30%, inclusive com transferências de outras macrorregiões, como Dourados, que em tese, deveria suprir as demandas locais.

Atualmente existem 277 leitos disponíveis em hospitais públicos e privados na capital, desses 245 estão ocupados.

“Transferência de pacientes é uma rotina em todos os estados, em vez de priorizar a ampliação de leitos no interior, a primeira opção é encaminhar o paciente para a capital. Se fosse apenas pacientes locais estaria mais tranquilo, hoje, por exemplo, não existem pacientes intubados em upas. Quem acaba prejudicado com isso são os campo-grandenses que poderão sofrer com restrições”, informou José Mauro.

Segundo o secretário, caso os leitos disponíveis na capital atinja sua lotação máxima, há previsão de aumento no número de vagas disponíveis. “No início da pandemia saímos de 116 para 308 leitos. Na medida em que for preciso, tem equipamentos disponíveis para abrir mais leitos”, esclareceu.

Divergência de informações – De acordo com a Secretária Estadual de Saúde, a região da Capital teve aumento de 43,3% em internações nos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) em casos de covid-19 e SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave), e estava, na segunda-feira (1º), com 95,5% de vagas ocupadas, indicando um possível colapso no sistema de saúde local.

Ao Campo Grande News, o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, informou que a situação é crítica e tende a piorar devido a falta de apoio da população e de gestores municipais. "Uma parcela da população não colabora, e também pela falta de apoio de gestores, e falta de adesão na sua plenitude do Prosseguir, de gestores que cedem a grupo de pressões”, disse.

“Estamos em um cenário que aponta dificuldades maiores, e que pode ser o pior momento da doença, agora em março. Temos indicativos de que temos cepas diferentes do coronavírus, que estão fazendo sequenciamento, e podemos ter a circulação da cepa oriunda do norte", ressaltou o titular da SES (Secretaria Estadual de Saúde).

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