Para fugir das vagas caras, motoristas abusam e param em lugar errado
Infração para quem estaciona em locais proibidos é grave, soma R$ 195,23 e perda de 5 pontos na CNH.
Vale de tudo quando o assunto é economia, até mesmo estacionar em áreas proibidas para não ter de bancar pela vaga no interior de shoppings de Campo Grande, serviço que pode custar de R$ 5 a R$ 8. Não são poucos os motoristas que preferem arriscar a levar multa ou expor os veículos à bandidagem a pagar pelos valores considerados, pela maioria, abusivos.
Na tarde desta terça-feira (09), pelo menos 15 veículos, entre carros e motocicletas, estavam estacionados na Rua Paulo Coelho Machado, no Jardim dos Estados, perto do shopping Campo Grande, ponto que historicamente tem gente parada no lugar errado.
A professora Eliana de Mattos Carvalho, 58, que vai ao centro comercial pelo menos 3 vezes durante a semana, havia acabado de estacionar seu carro bem em frente à faixa amarela. “Moro aqui perto e faço de tudo nesse shopping. Vou aos bancos, na lotérica, faço compras, e não pago estacionamento porque acho o preço abusivo. Se fosse gastar com o serviço, seria muito alto o valor. Prefiro arriscar a levar uma multa. Sorte que nunca aconteceu”, admitiu.
A dona de casa Ruth Almeida, 37, aguardava do lado de fora o marido, que foi ao mesmo shopping. “Estou dentro do carro porque se aparecer fiscalização, eu saio, para não levar multa. Ele foi rápido, não compensaria pagar o estacionamento”, avalia.
No Shopping Bosque dos Ipês, na saída para Cuiabá, o mais recente da cidade, também há quem prefira deixar o carro ou moto do lado de fora do pátio para não pagar a taxa de estacionamento. Um desses veículos, nesta tarde, ocupava toda a área frontal do canteiro em uma das entradas do estabelecimento.
“Vim pagar uma conta na lotérica. Sei que poderia ter levado uma multa ou até mesmo ter minha moto roubada, mas se for bancar toda vez, pesa no orçamento”, acredita a servidora pública Thays Martins Rodrigues da Silva, 25.
Quem já sentiu o sabor “amargo” de estacionar em local proibido foi Claudiney Alves de Souza, 31. Ele trabalha nesse shopping e se arrisca diariamente quando deixa sua moto do lado de fora.
"Recebi uma multa em dezembro do ano passado e não foi baratinho. Mas eu ainda deixo aqui para evitar o preço do estacionamento. Muita gente prefere”, comentou.
Do outro lado da cidade, no shopping Norte Sul Plaza, a mesma reclamação do valor cobrado pelo estacionamento e também as mesmas infrações cometidas nas ruas do entorno, principalmente a Cubatão.
“Já são tantos impostos, pagar ainda mais esse estacionamento me revolta. Sempre quando vou a shoppings eu deixo do lado de fora, mesmo que eu tenha que andar mais. Escolho locais permitidos, só hoje que não encontrei vaga e meu fusca ficou um tempo em faixa amarela”, disse a aposentada Mari Rose Chavas, 60.
O barato pode sair caro, se houver flagrante pelos órgãos responsáveis. De acordo com Carlos Guarini, chefe de fiscalização de trânsito da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), o trabalho ocorre regularmente não somente nessas áreas do entorno de shoppings, mas também em outros pontos críticos da cidade.
“A fiscalização contempla estacionamento irregular e também conversões proibidas. Ambas são faltas graves, de acordo com o Código Brasileiro de Trânsito”, alerta.
Guarini explica que as limitações para estacionar em alguns trechos foram impostas devido ao reordenamento do trânsito e, consequentemente, aumento do fluxo de veículoas nas vias. No caso da Rua Paulo Coelho Machado, a proibição ocorre desde 2010.
A multa, que pode ser aplicada pela agência municipal, Guarda Municipal e Bptran (Batalhão de Trânsito), é de R$ 195,23, com perda de 5 pontos na CNH (Carteira Nacional de Habilitação).
"A orientação é sempre respeitar a sinalização de trânsito, horinzontal e vertical. As placas são determinantes", destaca.