Para não pegar dengue, campo-grandense terá de gastar R$ 1 mil
Aplicações custarão R$ 350 em clínica privada da Capital e prescrição é de três doses
A vacina contra a dengue vai custar R$ 350 em uma das clínicas particulares de Campo Grande. Este é o valor de cada dose e o laboratório que fabrica o imunizante prescreve três aplicações, num intervalo de um ano. Portanto, quem quiser se proteger contra a doença terá de desembolsar R$ 1.050, se o preço se mantiver.
A Prophylaxis foi a única clínica da Capital que divulgou quanto vai cobrar para vacinar os pacientes.
A Imunitá, a Vaccini e a Clínica de Imunização do pediatra Edmar Azambuja Sales confirmam que devem receber as doses na próxima semana, mas não definiram o vão cobrar pela aplicação ainda.
Preço ‘salgado’ – De acordo com a diretora comercial da Prophylaxis, Deise Sinesio, o preço ficou “salgado” porque cada ampola do imunizante contém cinco doses, que têm de ser aplicadas em no máximo seis horas. “Neste início, a gente vai ter de cobrar um pouco mais caro, porque temos de contar que doses serão desprezadas”, explica.
A diretora deixa claro, entretanto, que a clínica já está elaborando uma tabela de preços especiais para quem for se vacinar em família ou juntar um grupo com cinco pessoas para tomar o imunizante no mesmo horário. Além disso, a Prophylaxis parcela o valor em três vezes, para amenizar o impacto no bolso do cliente.
Cálculo – Embora a Anvisa (Agência Municipal de Vigilância Sanitária) tenha fixado o preço de fábrica da vacina em R$ 132,76 para Mato Grosso do Sul – já com o ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) local –, este é o valor que o laboratório venderá para as distribuidoras de medicamentos e não para as clínicas.
Por isso, mesmo se o preço cair, a dose não vai custar menos do que R$ 230 para os clientes da Prophylaxis e Deise acredita que será difícil alguma outra clínica conseguir valor melhor, por enquanto. “O custo dela chega na casa de R$ 230 para a gente”, explica.
Apesar do custo alto, a diretora acredita que haverá boa procura pela vacina. “A gente acha que no início do ano que vem, quando volta a chover e começam a aparecer mais casos, vamos ter uma boa demanda”.
Prescrição – O tratamento com a vacina – que protege contra quatro tipos de dengue – inclui três doses, com seis meses de intervalo entre elas. Vacinada, a pessoa tem de 66% a 70% de chances de não ter a doença. E, mesmo se contrair o vírus, em 82% dos casos, o paciente tem sintomas leves e não precisa de internação.
Deise Sinesio explica que a pessoa já adquire alguma imunidade a partir da primeira aplicação, apesar da necessidade de dois reforços. “Vale apena, apesar do preço. Porque esta é a única vacina que existe no mundo e vai demorar bastante tempo para que outra seja lançada”, defende.
A Sanofi-Aventis é, até o momento, a única empresa, no país, com registro de uma vacina contra a dengue, chamada de Dengvaxia®. Outras vacinas para a prevenção da doença ainda estão sendo analisadas pela Anvisa.