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Capital

Para reduzir trâmites, estudo prevê "livrar" alvarás de pequenos comércios

Fapec apresentou tratativas para revisar a Lei de Ordenamento do Uso e da Ocupação do Solo nesta noite

Por Gustavo Bonotto e Kamila Alcântara | 08/08/2024 19:51
Apresentação de estudo sobre o Código de Obras lotou o plenário da Planurb, na noite desta quinta-feira (8). (Foto: Juliano Almeida)
Apresentação de estudo sobre o Código de Obras lotou o plenário da Planurb, na noite desta quinta-feira (8). (Foto: Juliano Almeida)

Estudo apresentado pela Fapec (Fundação de Apoio à Pesquisa, Ensino e Cultura), na noite desta quinta-feira (8), pode extinguir a emissão de alvará de funcionamento de pequenos comércios da Capital. A tratativa analisada pela Planurb (Agência Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano) faz parte da revisão da Louos (Lei de Ordenamento do Uso e da Ocupação do Solo) e do Código Municipal de Obras.

Entre as principais mudanças, destaca-se a aprovação em regime de urgência do PL (Projeto de Lei Complementar) de nº 932/2024. Esta lei institui a Declaração Municipal de Direitos de Liberdade Econômica, baseada na Lei Federal nº 13.874/2019, e busca promover um ambiente de negócios mais ágil e competitivo.

Com isso, cerca de 68% das atividades econômicas em Campo Grande não precisarão mais de alvará de funcionamento. Essa medida pretende reduzir a burocracia e acelerar o processo para microempreendedores e pequenos negócios, liberando a prefeitura das responsabilidades administrativas associadas a essas atividades.

Conforme apresentado pelo arquiteto e urbanista Ângelo Arruda, o levantamento facilita o processo administrativo através da criação de um portal dedicado. As minutas das novas legislações devem estar disponíveis até novembro, quando serão submetidas à avaliação dos cidadãos antes de seguirem para votação na Câmara Municipal.

"Muita gente que vai se beneficiar. E vai retirar da prefeitura aquela maçaroca de tramitação", explicouo arquiteto Ângelo Arruda em entrevista à reportagem. (Foto: Juliano Almeida)
"Muita gente que vai se beneficiar. E vai retirar da prefeitura aquela maçaroca de tramitação", explicouo arquiteto Ângelo Arruda em entrevista à reportagem. (Foto: Juliano Almeida)

No entanto, nem todas as atividades estarão isentas de regulamentação. Arruda explicou ao Campo Grande News que negócios com potencial de causar impacto significativo, como poluição ou problemas de trânsito, ainda estarão sujeitos a licenças e protocolos rigorosos. A nova legislação se concentrará em monitorar e regulamentar apenas essas operações mais complexas e impactantes.

"Você não vai precisar tirar a licença de funcionamento, a licença urbanística, aquela que é obrigatória nos dias de hoje. Quem tem negócios aqui está sabendo do que eu estou falando, é sempre uma licença a mais, é sempre uma burocracia a mais. Isso é tão significativo, pessoal, porque é um avanço, digamos assim, no dia a dia dos microempreendedores, de quem tem escritório, consultório, pequenos negócios não poluentes, tá certo? É muita gente que vai se beneficiar. E vai retirar da prefeitura aquela maçaroca de tramitação", disse o especialista.

O texto faz parte do regramento municipal. A última atualização foi feita há mais de 20 anos, em 2004.

A revisão tem gerado discussões entre os moradores. Rebeca Borges, professora de 26 anos, manifesta preocupação com a mobilidade urbana e espera que as mudanças também contemplem melhorias nesse aspecto. "É crucial que a administração esteja atenta às questões de mobilidade, pois atualmente só temos carro e ônibus disponíveis. Gostaria de ver mais opções, como ciclovias, para que eu me sinta mais segura ao usar bicicleta", afirmou à reportagem.

Francisco Peixoto, aposentado de 74 anos e morador do Carandá Bosque, se envolveu mais nas reuniões após um problema com a construção de uma torre no bairro. "Toda mudança na cidade exige a nossa atenção quanto aos impactos que pode causar. Mesmo que o debate seja técnico, é fundamental para que possamos acompanhar e influenciar o processo", comenta Peixoto.

Rogério Romero, presidente do conselho de moradores do Bairro Costa Verde, expressa sua preocupação com o prazo para a implementação das novas regras. "A complexidade das mudanças exige um diálogo mais prolongado. É arriscado tratar de algo tão significativo apenas cinco meses antes do fim da gestão", criticou.

A diretora-presidente da Planurb, Berenice Maria Jacob Domingues, durante a abertura da apresentação. (Foto: Juliano Almeida)
A diretora-presidente da Planurb, Berenice Maria Jacob Domingues, durante a abertura da apresentação. (Foto: Juliano Almeida)

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