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Capital

Paralisação de professores fracassa e sindicato culpa ameaças de retaliação

Natalia Yahn e Luana Rodrigues | 15/03/2016 07:39
Escolas municipais abrem as portas e recebem alunos normalmente nesta terça-feira. (Foto: Marcos Ermínio)
Escolas municipais abrem as portas e recebem alunos normalmente nesta terça-feira. (Foto: Marcos Ermínio)

No primeiro dia de greve dos professores da Reme (Rede Municipal de Educação) de Campo Grande, a maioria das escolas funciona normalmente. A ACP (Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Pública), informou que ainda não existe balanço da adesão ao movimento.

Porém, por conta de ameaças vindas da Semed (Secretaria Municipal de Educação) e da titular da pasta, Leila Machado, a previsão é de que as escolas funcionem hoje (15).

“Não temos balanço ainda, pois há muita controvérsia. Ontem (14), a secretária (Leila Machado) mandou mensagens e alguns diretores e professores estão com medo de aderir. Já tinha sido feito trabalho anteriormente, de chamar os diretores no particular para conversar e avisar se falassem contra o prefeito seria mandado embora”, afirmou a vice-presidente da ACP, Zélia Aguiar.

A equipe do Campo Grande News esteve em quatro escolas municipais em diferentes regiões da cidade e em apenas uma a greve teve adesão dos profissionais.

As escolas municipais Professor Arlindo Lima – na Rua Barão do Rio Branco, próximo à Prefeitura –, Geraldo Castelo – na Rua Padre João Crippa – e Professora Adair de Oliveira – na Vila Piratininga, estavam de portas abertas na manhã desta terça-feira (15).

Apenas a Escola Municipal Bernardo Franco Baís, na Avenida Calógeras, não funcionava. No local, um funcionário informava sobre a greve, caso algum pai aparecesse, mas todos foram informados por bilhetes de que não haveria aula até quinta-feira (17).

"Tenho certeza de que vai funcionar, não fomos avisadas do contrário", disse a vendedora Jane Sampaio, 42 anos, que tem uma filha de 4 anos que estuda na Escola Municipal Geraldo Castelo.

Briga - A categoria exige que seja cumprida lei sobre o piso salarial e diz que espera proposta de reajuste salarial do município até o fim da noite desta segunda-feira (14). De acordo com o presidente da ACP, Lucílio Nobre, a categoria sempre foi flexível e ponderou as questões do município. Porém, não abre mão do cumprimento da lei.

"Conversamos hoje com o secretário municipal de Governo, Paulo Pedra, e pedimos uma posição por escrito até o fim desta noite sobre a questão do reajuste salarial dos professores. Estamos aguardando uma resposta e aceitamos o parcelamento, mas só se ele for cumprido dentro da lei", explica.

Na manhã dessa segunda-feira (14), durante lançamento dos projetos da Reme, na Câmara Municipal, o prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), disse que a Prefeitura não tem condições de atender de imediato “o sonho dos professores”, que é a reposição salarial dos últimos dois anos, equivalente a 24,37%.

Em nota, a ACP comunicou que os pais e responsáveis dos alunos foram avisados pelas escolas sobre a paralisação e que haverá reposição de aula dos dias parados.

Direitos - Atualmente a categoria pede um reajuste de 13,01% relativo ao ano de 2015 e 11,36%, deste ano, somando um total de 24,37% e de acordo com o sindicato, não serão aceitas propostas abaixo desse índice.

Além disso, a paralisação, determinada pela CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação), tem como objetivo a garantia dos direitos da classe e o aumento do piso salarial.

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