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Capital

PF cumpre novos mandados em operação sobre verba de universidade

Rafael Ribeiro | 31/03/2017 08:03
PF cumpre novos mandados em operação sobre verba de universidade
Agentes em porta de empresa durante cumprimento de mandado em empresa de Curitiba nesta manhã (Foto: Divulgação/PF)
PF cumpre novos mandados em operação sobre verba de universidade
Agentes e funcionários de outros órgãos públicos fazem vistorias na capital paranaense

A Polícia Federal desencandeou na manhã desta sexta-feira (31) a terceira fase da Operação Research, que apura em conjunto com a Controladoria Geral da União e o Tribunal de Contas da União desta vezo desvio de R$ 7,3 milhões da UFPR (Universidade Federal do Paraná).

Campo Grande e Corumbá são as cidades do Estado onde 48 agentes e auditores dos dois órgãos públicos cumprem 19 mandados e condução coercitiva e um mandado de busca e apreensão.

A PF também efetua as buscas nas cidades paranaenses de Curitiba e São José dos Pinhais (PR), além de Natal (RN).


Esta etapa da investigação tem como objetivo o rastreamento do destino dos recursos públicos creditados nas contas dos falsos bolsistas, identificando outros possíveis beneficiários. Também visa apurar o envolvimento de empresa fornecedora de produtos para a UFPR.

Histórico - Um total de 36 pessoas, algumas de Mato Grosso do Sul, já foram denunciadas na Justiça Federal pela Procuradoria-Geral da República pela Operação Research. deflagrada em fevereiro pela PF.

Os denunciados estão envolvidos, conforme as apurações da PF, em um esquema de desvio de verbas destinadas a bolsas de pesquisas da UFPR (Universidade Federal do Paraná). A operação já está na segunda fase e estima-se que R$ 7,3 milhões foram desviados por três grupos familiares que compõem a fraude.

Em Mato Grosso do Sul, a investigação tem como um dos alvos Adhemar Abreu Mendonça, irmão da funcionária da UFPR suspeita de liderar um desses núcleos, Conceição Abadia de Abreu Mendonça, que foi afastada do cargo de chefe da Seção de Controle e Execução Orçamentária e teve prisão preventiva decretada. Já Adhemar foi candidato a vereador em Campo Grande em 2004.

Na primeira fase da Research, realizada em 15 de fevereiro, o advogado Arthur Constantino da Silva Filho, suspeito de ser falso bolsista, disse que foi contratado por Adhemar, que é seu vizinho, para regularizar um imóvel da família.

De acordo com a investigação, a assessoria jurídica foi paga com dinheiro que deveria ser utilizado para pagamento de bolsa de pesquisa da UFPR. O valor foi de R$ 17.400, sendo R$ 2 mil de honorários somados a custos de impostos e demais taxas.

Imóvel e pedágio - Arthur faz parte do grupo de cinco pessoas que foram presas na primeira etapa da operação. Todos já foram soltos. De acordo com o relatório do TCU (Tribunal de Contas da União), dois moradores de Campo Grande, mãe e filho, receberam os maiores valores individuais de pagamentos de bolsa.

Maria Alba de Amorim Suarez foi beneficiária de pagamento de R$ 739.489 entre 2013 e 2016. O segundo maior pagamento individual foi para seu filho Pedro Amorim Suarez Campos: R$ 638.376,10. Na lista ainda consta Maria Eduarda Amorim Suarez Campos, que recebeu R$ 283.850 e é filha de Maria Alba.

Os três relataram à Justiça que cederam as contas bancárias a pedido de Conceição e mediante recebimento de contraprestação pecuniária mensal que variava de R$ 500 a R$ 1 mil. A família ainda afirma que não sabia que as conta era para receber depósitos de valores desviados da universidade.

A mesma versão foi apresentada por Patrícia Vargas da Silva do Nascimento, ela aparece como beneficiária de R$ 158.850 e também foi alvo da PF na primeira fase da Research. Nesses quatro casos, o total desviado foi de R$ 1,8 milhão.

Research 2 – Na segunda fase, também foi alvo de condução coercitiva um sobrinho de Conceição. Ele figurou como beneficiário de pagamento por parte de UFPR (R$ 800) em 17 de junho de 2013. O pagamento foi cancelado.

A investigação aponta que o desvio de R$ 7,3 milhões seguia um esquema em que o valor era depositado para os falsos bolsistas, que repassavam a maior parcela do montante para os destinatários finais, ligados a duas funcionárias presas no dia 15 de fevereiro e uma terceira, servidora aposentada da UFPR.

No último dia 17 de fevereiro, a defesa do advogado Arthur Constantino da Silva Filho informou que, na verdade, ele foi contratado por uma das "cabeças" do esquema para atuar em nome dela na compra de uma casa em Campo Grande.

Danilo Cristofaro, advogado de Arthur, afirmou ainda que o cliente nunca constou na lista de bolsistas da universidade e que tem como provar a inocência. No dia 15 de fevereiro, a defesa de Maria Alba, Pedro Amorim e Maria Eduarda informou que clientes disseram em depoimento à PF que não ficavam com o dinheiro.

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