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Cidades

Fraude em pesquisas teria repassado R$ 1,7 milhão a mulher e família de MS

Mãe e filhos foram presos na Capital e mulher em Maracaju, segundo a PF do Paraná

Anahi Zurutuza | 15/02/2017 15:19
Agentes da PF e servidor da CGU durante cumprimento de um dos mandados de busca e apreensão no Paranã, nas primeiras horas da manhã (Foto: PF/Divulgação)
Agentes da PF e servidor da CGU durante cumprimento de um dos mandados de busca e apreensão no Paranã, nas primeiras horas da manhã (Foto: PF/Divulgação)

Dos R$ 7,5 milhões que teriam sido desviados da UFPR (Universidade Federal do Paraná) em esquema de concessão de bolsas de pesquisa para pessoas sem vínculo com a instituição, R$ 1,7 milhão beneficiaram os cinco presos em Mato Grosso do Sul, segundo a Polícia Federal. Só uma família, de Campo Grande, teria recebido R$ 1,6 milhão dos recursos ilícitos.

Mãe e dois filhos tiveram a prisão temporária decretada e foram encaminhados para a sede da PF (Polícia Federal) na Capital na manhã desta quarta-feira (15).

Boa parte dos beneficiários do esquema, conforme a PF do Paraná, que comanda a Operação Research (pesquisa, em inglês), pertencia ao “círculo de amizades” da secretária da Pró-Reitoria de Planejamento e Orçamento da UFPR, Tânia Márcia Catapan, e da chefe do setor de Orçamento e Finanças do mesmo setor, Conceição Abadia de Abreu Mendonça.

Este é o caso da família presa em Campo Grande. A PF não divulgou qual o envolvimento de uma mulher, presa em Maracaju – a 160 km da Capital – com as líderes do esquema. Ela, entretanto, teria recebido R$ 158 mil em recursos destinados a bolsa de pesquisas da UFPR mesmo sendo beneficiária do Bolsa Família.

Tânia e Conceição também foram presas na manhã desta quarta-feira (15), durante a Operação Research. Elas foram afastadas dos cargos.

Além dos mandados de prisão, dois mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Campo Grande e em Maracaju, conforme a assessoria de comunicação da PF do Paraná.

Investigação – A fraude ocorria na seção de controle e execução orçamentária da UFPR, chefiada por Conceição Mendonça. Conforme divulgou o Jornal Hoje, ela foi a responsável por assinar 234 processos de pagamento, que somaram os R$ 7 milhões. Segundo a investigação, esses valores foram pagos entre os anos de 2013 e 2016 a 27 pessoas que não tinham vínculo com a universidade.

A investigação conduzida pela Polícia Federal, em conjunto com a Controladoria-Geral da União e Tribunal de Contas da União, apurou que alguns dos beneficiários do esquema sequer tinham nível superior.

“Estamos chocados com a forma grosseira em que a fraude era aplicada no âmbito da universidade. Os beneficiários eram pessoas que exerciam profissão de autônomo como cabeleireiro, artesão, taxista, pizzaiolo, assistente administrativo e atendente de loja, entre outras”, disse pela manhã o delegado da PF do Paraná, Felipe Hayashi.

A universidade divulgou nota afirmando que abriu sindicância para apurar internamente a situação.

Ao contrário do que a PF do Paraná havia divulgado pela manhã e no início da tarde desta quarta-feira, cinco pessoas foram presas em Mato Grosso do Sul, quatro na Capital e uma em Maracaju, garante o advogado Danilo Cristofaro, que representa um homem detido na Capital.

*Matéria alterada para correção de informação às 19h30.

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