"Plano de guerra" contra covid deve fechar 23 postos para concentrar atendimento
Ideia em análise pela prefeitura de Campo Grande é concentrar pessoal em unidades onde há mais estrutura
Com 300 novos casos de covid-19 por dia, em média, desde o dia 10 de março, a prefeitura de Campo Grande estuda ativar “plano de guerra” na rede de saúde pública mantida pela administração municipal. A ideia é fechar parte das unidades de saúde e concentrar o atendimento em outras.
O objetivo principal é o de realocar pessoal, para dar conta da demanda em alta de atendimento a suspeitas de infecção pelo novo coronavírus. A doença já acumula 1,6 mortes em hospitais campo-grandenses, cuja taxa de ocupação está perto da máxima todos os dias, em alguns casos acima, como ocorre com o HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Su), onde, todos os dias, na última semana, foi divulgada a existência de pacientes acima das 118 vagas de UTI.
Como seria – A reportagem apurou que o planejamento em análise prevê fechar 23 unidades básicas para transferir os profissionais a locais de atendimento de urgência mais estruturados, entre eles UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e CRS (Centros Regionais de Saúde), com funcionamento 24 horas.
Seriam três fases. Na primeira, as unidades escolhidas recebem leitos até em auditórios e recepção. Na segunda-fase, 13 unidades básicas serão desativadas temporariamente e, numa terceira etapa, mais 10 estabelecimentos da rede municipal.
A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) confirmou essa possibilidade, sem dar detalhes. “Essa é uma estratégia que está sendo cogitada pelo Município, porém ainda não há uma definição”, diz a resposta do secretário de Saúde José Mauro Pinto ao ser perguntado, via assessoria de imprensa.
Sobre a dificuldade de conseguir pessoal para trabalhar na linha frente da pandemia, José Mauro afirmou que a Prefeitura deve abrir nos próximos dias processo para contratação emergencial. Estão previstas vagas, em número não precisado, para técnicos de enfermagem, enfermeiros, fisioterapeutas e médicos.
A intenção é que sejam serão cedidos para os hospitais de referência. Essa providência, entende o secretário, “irá possibilitar o reforço no atendimento e eventual ampliação de leitos dentro do ambiente hospitalar”.
Na semana passada, a Sesau reforçou o fornecimento de oxigênio para os postos de saúde mantidos pela prefeitura, já com vistas ao aumento no atendimento imposto pela emergência sanitária.