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Capital

PM e comparsas são condenados por roubo de cocaína

Grupo foi sentenciado a 20 anos e 3 meses de prisão por roubo e tráfico de entorpecentes

Por Anahi Zurutuza | 13/11/2024 19:50
Coletes apreendidos durante a Operação Impostos, em novembro do ano passado (Foto: PCMS/Divulgação)
Coletes apreendidos durante a Operação Impostos, em novembro do ano passado (Foto: PCMS/Divulgação)

Quatro homens – incluindo um policial militar da reserva e um ex-PM – que se passaram por policiais civis e levavam 65 quilos de cocaína, em Campo Grande, foram condenados 20 anos e 3 meses de reclusão, por tráfico de drogas e roubo. Eles foram alvos da Operação Impostores, em novembro do ano passado.

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Quatro homens, incluindo um policial militar da reserva e um ex-PM, foram condenados a 20 anos e 3 meses de prisão por tráfico de drogas e roubo, após se passarem por policiais civis e apreenderem 65 quilos de cocaína em Campo Grande. O grupo, liderado pelo PM aposentado, planejou uma simulação de diligência para roubar a droga, que estava avaliada em R$ 2,6 milhões. A operação foi descoberta quando um detento, que guardava a cocaína, procurou a polícia após um roubo em sua casa, revelando a verdadeira situação. Durante a investigação, foram apreendidos veículos, coletes policiais e uma quantidade adicional de droga, resultando na prisão dos envolvidos.

Conforme apurado pela Derf (Delegacia Especializada em Repressão a Roubos e Furtos), o PM aposentado, apontado como o líder do grupo, obteve a informação que carga de cocaína estava sendo enviada da Bolívia ao Brasil e que um detento do regime semiaberto armazenaria a droga em sua residência para uma facção. Ele, então, cooptou os outros três homens para simularem uma diligência de busca e apreensão para ficar com o entorpecente e vendê-lo a outros traficantes.

O carregamento foi avaliado em R$ 2,6 milhões e o lucro “era certo” na visão da quadrilha, já que se tratava de um caso de “Cifra Negra”, como é apelidado no mundo do crime uma ocorrência incomunicável. O detento que trabalhava como “guarda-roupa”, quem guarda drogas para organização criminosa, contudo, resolveu procurar a polícia.

Embora não pudesse dizer que guardava cocaína em casa, no dia 18 de outubro do ano passado, o morador da comunidade Aguadinha, na região do Jardim Noroeste, registrou boletim de ocorrência de roubo, alegando que assaltantes haviam levado joias, celulares e R$ 15 mil em dinheiro.

Com informações contraditórias, ele foi confrontado e acabou revelando que, na verdade, guardava os 65 kg de cocaína em casa e só procurou a polícia porque precisava prestar contas da perda da droga, sob pena de ser morto.

Na data do roubo, conforme relatou, o denunciante abordado por homens que se identificaram como policiais civis da Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico). Eles usavam roupas operacionais, portavam arma de fogo, algemas e se chamavam entre si de “stive” (forma que um policial se dirige a outro nas ações policiais). Também utilizavam dois veículos, um Volkswagen Gol de cor vermelha e Chevrolet Ônix prata.

Os supostos policiais realizaram buscas na casa, oportunidade em que “apreenderam” a cocaína e dois celulares. Os autores efetuaram a “prisão” do homem, o colocaram no Ônix, informando que o conduziriam à Denar. Contudo, no trajeto, os falsos policiais liberaram o homem no Bairro Cristo Redentor.

A investigação – A Derf identificou quatro autores: o policial militar da reserva, à época com 59 anos, o ex-policial militar expulso em 2004, que tinha 52 anos, um vigilante, de 48 anos, e um técnico em agrimensura, de 25.

No dia da operação, os dois carros utilizados no roubo da droga, uma algema, 18 kg de cocaína e coletes policiais sem identificação foram apreendidos. Um dos homens também foi preso em flagrante por tráfico de drogas, pois estava com aproximadamente 250 gramas de pasta base de cocaína.

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