Grupo de ciganos tem mercadoria apreendida e é indiciado por sonegação
Um grupo de ciganos foi indiciado por sonegação fiscal na manhã desta quarta-feira (5), em Campo Grande. O grupo prestou depoimento na 3ª Delegacia de Polícia e já foi liberado.
A Polícia chegou até os ciganos depois de flagrar um motorista conduzindo um veículo Strada, sem CNH (Carteira Nacional de Habilitação) na BR-262, na entrada da cidade de Água Clara. Na carroceria do veículo havia mercadorias pertencentes ao grupo.
O motorista apresentou nota fiscal das mercadorias emitida em Ibitinga (SP) e tinha como destino a cidade de Ji-Paraná (RO). Porém, os produtos, entre eles jogos de lençol, edredons e travesseiros, seriam vendidos em Campo Grande, sem o devido pagamento de impostos estaduais.
Foi ele quem indicou a Polícia o local onde estava o grupo, em uma chácara no Parque dos Poderes. Lá, foram apreendidas uma grande quantidade de mercadorias.
De acordo com o delegado da 3ª Delegacia, Márcio Rogério Faria Custódio, os ciganos disseram que os produtos seriam vendidos em Rondônia, como constava na nota, mas ao passar por Campo Grande só carimbavam o documento e não precisavam pagar os tributos.
O delegado informa que investiga se os ciganos aplicaram golpes em moradores da Capital. Denuncias recebidas pela Policia dão conta que eles apresentavam mostruários com produtos de qualidade, mas quando a mercadoria era entregue, os clientes constatavam que era inferior ao escolhido no catálogo.
Segundo Márcio Custódio, os travesseiros vendidos pelos ciganos tinham como enchimento fraldas descartáveis.
A Polícia apura ainda denuncia feita por uma mulher de que ao fazer o pagamento de um produto adquirido utilizando o cartão, os suspeitos teriam cobrado duas vezes o valor.
Conforme Márcio Custódio, golpe semelhante foi aplicado por ciganos em Juiz de Fora (MG). " Estamos apurando se tem relação com os ciganos daqui", explicou.
Fátima Flores, 50 anos, uma das donas das mercadorias, disse que os produtos encontrados na chácara chegaram na última segunda-feira e que ainda não havia conseguido vender o suficiente para fazer o pagamento de impostos.
Segundo ela, os produtos estavam sendo vendidos aqui porque não tem dinheiro para levar até Ji-Paraná.
Com relação à qualidade das mercadorias, a mulher disse que são de boa procedência e que, no caso dos travesseiros, os clientes eram informados que a peça era apenas para enfeite.
As mercadorias encontradas na chácara e todos os veículos dos ciganos foram apreendidos pela Polícia. O delegado informou que caso o grupo pague os impostos não serão processados por esse crime.
O agente tributário Luiz Guzo explica que as mercadorias serão encaminhadas para a Sefaz (Secretaria de Fazenda) para serem contadas e contabilizado os valores da multa e da sonegação.
Márcio Custódio pede para quem foi vítima de algum golpe aplicado pelo grupo entre em contado com a delegacia pelo telefone (67) 3326-0027.