Polícia começa a ouvir segunda-feira servidores que teriam sido vacinados
Os servidores públicos municipais que teriam sido indevidamente vacinados no gabinete do prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), conforme denúncia, já estão sendo notificados e a previsão é que a partir de segunda-feira comecem a ser ouvidos, segundo o delegado do 1º Distrito Policial de Campo Grande, Fabiano Nagata.
“Estamos intimando com antecedência e expedindo ofícios. Até porque são funcionários públicos, precisamos de tempo para notificar e a partir de segunda-feira devemos começar a ouvir as pessoas para esclarecer o caso”, explica.
A denúncia foi feita pelo jornalista Carlos Roberto Pereira que procurou a polícia no dia 3 de junho para registrar boletim de ocorrência por peculato contra a Prefeitura de Campo Grande. Ele alega ter provas e uma lista com 35 nomes de pessoas que teriam sido imunizadas no gabinete dia 18 de maio, dentre elas o prefeito, dois vereadores, assessores, secretários e familiares dos servidores.
O inquérito para apurar a denúncia foi instaurado ontem, quando Carlos prestou novo depoimento à polícia. A denuncia foi feita depois que o jornalista tentou imunizar a sobrinha, de 22 anos, que está em tratamento contra o câncer e por isso se enquadra no grupo prioritário, mas recebeu informação de que não haveria mais vacina na rede pública de saúde.
Sem fundamentos -Ao Campo Grande News, a prefeitura alegou que Carlos “tem motivação política, inclusive esteve na Câmara Municipal fazendo denúncias contra o prefeito sem nenhuma comprovação”. A Prefeitura diz que não há fundamentos para a denúncia e aponta “onda de boatos sobre sumiço de vacinas” lembrando que foi instaurada sindicância pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) para apurar o caso.
Recentemente, a reportagem mostrou a vacinação de grupos não prioritários, falha apontada inclusive pelo governo estadual como responsável pela falta da doses para que todos que integram o grupo de risco fossem imunizados.
A Sesau não explicou onde estão pelo menos três mil doses, diferença entre o volume repassado pela SES (Secretaria de Estado de Saúde) e a cobertura vacinal.