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Capital

Polícia diz que trio matou ex-vereador com martelo e tábua de carne

Richelieu de Carlo e Luana Rodrigues | 29/12/2016 16:12
Kátia, Elpídio e Josian, presos apontados como responsáveis pela morte do ex-vereador Alceu Bueno (Foto: Alcides Neto)
Kátia, Elpídio e Josian, presos apontados como responsáveis pela morte do ex-vereador Alceu Bueno (Foto: Alcides Neto)
Crime aconteceu em residência no bairro Jardim Seminário. (Foto: Yarima Mechi)
Crime aconteceu em residência no bairro Jardim Seminário. (Foto: Yarima Mechi)

O trio que matou o ex-vereador Alceu Bueno utilizou um martelo e uma tábua de carne para golpear a vítima diversas vezes na cabeça, segundo os policiais do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros) responsáveis pela investigação.

Katia de Almeida Rocha, 24 anos, namorada de Elpídio Cesar Macena do Amaral, 26, e Josian Edson Cuando Macena, 21 anos, planejaram e assassinaram o ex-parlamentar no dia 20 de setembro deste ano, apontam as investigações do Garras. Os nomes foram divulgados em coletiva na tarde desta quinta-feira (29).

Denominada "Free Lander", em referência ao veículo de Alceu Bueno e usado no transporte do corpo, uma Land Rover Freenlander 2, a operação da polícia consistiu no desenvolvimento de busca e apreensão, quebra do sigilo telefônico e cruzamento de dados para identificar os autores.

De acordo com depoimentos dos assassinos aos policiais, a vítima teria sido atraído por Kátia Rocha, com quem mantinha um relacionamento, para a casa onde ela morava no bairro Jardim Seminário na noite do delito. No local, os outros dois, Elpídio Cesar Macena e seu sobrinho Josian Cuando Macena, os esperavam.

Antes de irem à casa, porém, os dois foram a uma lanchonete, onde Kátia percebeu que Alceu estava com bastante dinheiro e avisou seus comparsas. Eles então foram à casa esperar por eles de tocaia em um quarto.

Quando os dois entraram no quarto, Josian, com um martelo, e Elpídio, com uma tábua de carne, deram diversos golpes na cabeça de Alceu Bueno, que não morreu prontamente e agonizava bastante. Para finalizar o serviço, os assassinos usaram a alça da bolsa de Kátia e estrangularam a vítima.

Constatada a morte, Kátia ajudou no transporte para jogar e queimar o corpo de Alceu, no Jardim Veraneio, próximo ao Parque dos Poderes.

A intenção era vender o veículo, mas eles não conseguiram por causa da repercussão do crime. Eles levaram o automóvel para o Paraguai, onde tinha um receptador, que também desistiu por causa da dimensão pública dada ao caso.

Não tendo êxito na venda, eles incendiaram o veículo para ocultar as provas. O martelo foi apreendido na casa da Kátia e a tábua foi queimado com a vítima.

Durante a investigação, foi encontrado no quarto de Kátia um papelão embaixo do colchão de casal com manchas de sangue. No fim, eles conseguiram R$ 600 que estavam com Alceu Bueno.

O que chamou a atenção da polícia foi o fato de o trio ter trocado suas linhas telefônicas no mesmo dia, 24 de setembro.

Investigação - A polícia informa que o crime não foi encomendado porque o carro da vítima não foi incendiado no mesmo local do corpo. Não faria sentido eles andarem mais 300 km com o veículo. 

Também de acordo com as informações policiais, a cena do crime se resumiu ao local onde o corpo foi abandonado. Os indícios ali encontrados demonstraram que a vítima foi golpeada na cabeça, principalmente, e que todos os objetos da vítima estavam no local, menos o carro.

Quando o Land Rover foi localizado, em Ponta Porã – a 323 km de Campo Grande –, com a viagem até a cidade, a polícia conseguiu a identificação dos suspeitos.

Os investigadores tiveram as informações dos suspeitos, que compraram passagens de volta para a Capital no dia 22 de setembro.

A partir de então, o casal passou a ser monitorado. Eles pegaram os contatos telefônicos dos dois, que conversaram com Josian no dia do crime, e descobriram que estavam na região da cena do crime na mesma hora.

Com esses indícios, a polícia pediu prisão preventiva do trio, além de mandado de busca e apreensão domiciliar. Com as prisões foi possível interrogá-los formalmente acerca dos fatos, e eles confessaram e narraram com detalhes como ocorreu o crime.

Dentro do planejamento apresentado no depoimento, o crime deveria ter acontecido no dia 19 de setembro, na véspera quando ele aconteceu de fato. Eles não conseguiram por o plano em prática porque a vítima não entrou na residência.

Os três vão responder por roubo seguido de morte e ocultação de cadáver.

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