Polícia duvida de versão dada por técnico preso por pornografia infantil
O suspeito é técnico de informática e mesmo assim alega que começou a receber as imagens depois de acessar um site
A polícia dúvida da versão dada pelo técnico de informática de 44 anos preso em flagrante por armazenar grande quantidade de arquivos de pornografia infantil no celular. Em depoimento, o suspeito disse que teve o celular hackeado e essa seria a origem das imagens pornográficas. O flagrante aconteceu por força de mandado de busca e apreensão no sábado (26) na casa onde o suspeito vive com a família, no Bairro Coronel Antonino, em Campo Grande.
“Como ele que mexe com informática, é técnico e arruma celular não ia saber arrumar o dele?”, questionou a delegada responsável pelo caso Anne Karine Trevisan, adjunta da Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), onde o crime é investigado, que duvida da versão dada pelo suspeito.
Na delegacia, o homem disse que como trocava muito o chip dos aparelhos, pode ter sido hackeado. Já no momento da prisão alegou que passou a receber os vídeos depois de acessar um site e que desde então vem recebendo imagens de sexo de adolescentes e crianças, negando o armazenamento do conteúdo de forma proposital.
Conforme a Polícia Civil, ele mantinha em seu aparelho celular diversos arquivos de fotografia e vídeos pornográficos de crianças, adolescentes e até de bebês sendo molestados. No sábado, os policiais foram até a casa do suspeito. Lá, ele tumultuou e dificultou o trabalho da polícia. Porém, o aparelho dele foi apreendido. Na delegacia, após quebra de sigilo telefônico, a equipe encontrou diversos vídeos pornográficos envolvendo crianças. Os policiais, então, retornaram à residência e o prenderam em flagrante.
A polícia investiga também outro caso em que foi enviada do celular do suspeito a imagem de um pênis para adolescente. O caso foi descoberto depois de uma mulher de 20 anos ir até a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), e denunciar seis anos de assédio sofridos. Desde os 14 anos, a jovem recebe mensagens do suspeito, que voltou a importuná-la este ano.
A delegada informou ainda que somente após perícia será possível apontar se o suspeito faz parte de uma rede de pedofilia. ''Ele está respondendo por armazenamento, mas estamos investigando se ele também compartilhava as imagens", explicou.
Caso seja comprovado que ele também repassava os arquivos, automaticamente estará ligado a uma rede criminosa. A pena para quem disponibiliza fotos e vídeos pornográficos envolvendo crianças é de 3 a 6 anos de reclusão.
O suspeito, que não tinha passagem pela polícia, teve a prisão preventiva decretada após passar por audiência de custódia nesta segunda-feira (28). O inquérito do caso deverá ser encerrado em 10 dias.