Polícia inicia investigação sobre ameaça e ouve amanhã presidente da Fetems
A delegada Ana Cláudia Medina, da 1ª Delegacia de Polícia de Campo Grande, iniciou nesta segunda-feira (9) as investigações sobre as ameaças de morte ao presidente da Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato grosso do Sul), Roberto Botareli. O próprio sindicalista deve ser ouvido nesta terça-feira (10).
“Estamos começando a investigação agora, vamos ouvir testemunhas e o próprio presidente da Fetems”, informou Ana Cláudia.
Botareli e duas testemunhas devem depor amanhã, mas a delegada ainda não sabe em que horário, já que o presidente da entidade não está em Mato Grosso do Sul.
Botareli teria sido ameaçado na quarta-feira (4) por ter liderado o movimento que tentou barrar, na semana passada, o “Leilão da Resistência”, evento promovido por produtores rurais do Estado para arrecadar fundos que financiariam ações de combate a invasão indígena em terras sul-mato-grossenses.
A segurança de Botareli e da família – esposa, três filhas e netos – é feita pela Força Nacional depois que o presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Vagner Freitas, encaminhou ofício ao Ministério da Justiça e à Secretaria Geral da Presidência da República solicitando o apoio.
Ameaças – Segundo informações da assessoria de imprensa da Polícia Civil, o boletim de ocorrências 17239, registrado por Botareli às 18h43 do dia 4 de dezembro, diz que uma pessoa identificada como “Maurício Pistoleiro” ligou para a Fetems fazendo ameaças ao presidente.
“É o Maurício quem fala. Eu sou pistoleiro. Avisa o professor Roberto para ele se cuidar que ele vai morrer”, teria dito o ameaçador. O registro policial ainda informa que um técnico de telecomunicações identificou o número de onde partiu a chamada e que uma professora retornou a ligação quando Maurício teria novamente ameaçado: “avisa esse babaca que ele vai morrer”.
No boletim de ocorrências, o presidente ainda diz que uma das lutas da Fetems é a questão indígena no Estado. Ele também lembrou que entrou com pedido no MPF/MS para suspender o Leilão da Resistência que visava a contratação de grupos "paramilitares" para atuar contra os indígenas