Polícia suspeita que arma usada para matar empresário também foi enterrada
No oitavo dia de investigações sobre o sumiço e assassinato do empresário Erlon Peterson Pereira Bernal, 32 anos, a Polícia Civil suspeita que os envolvidos no latrocínio (roubo seguido de morte) tenham enterrado a arma.
A perícia confirmou que foi usado um revólver calibre 38 para executar a vítima, que foi morta com um tiro na nuca, mas a arma não foi localizada. Erlon sofreu emboscada em primeiro de abril, quando foi mostrar um veículo Golf para um possível comprador. O carro foi anunciado na internet.
Para a delegada Maria de Lourdes Cano, titular da Defurv (Delegacia Especializada de Furtos e Roubos de Veículos), os suspeitos podem ter enterrado o revólver, mesma estratégia utilizada para ocultar o corpo do empresário, que foi colocado em uma fossa séptica, no bairro São Jorge da Lagoa. “Queriam dificultar as investigações”, afirma a delegada.
Pelo crime, foram presos cinco adultos e uma adolescente de 17 anos. Dos maiores de idade, restam quatro atrás das grades. O namorado da adolescente foi liberado porque não foi comprovada participação no latrocínio. A delegada arbitrou a fiança em quatro salários mínimos: R$ 2.896. O valor já foi pago.
O funileiro, responsável pela pintura que trocou a cor do Golf de prata para branco, segue preso por receptação. Conforme a delegada, conhecidos e o irmão do funileiro relataram que ele é uma pessoa humilde e que não via o noticiário. “Mas é obrigação do funileiro verificar o documento do Detran para trocar a cor de um carro. E o carro estava na garagem da funilaria”, salienta Maria de Lourdes. Os nomes dos presos não foram divulgados.
A procura e as investigações sobre o paradeiro do empresário começaram ainda no dia primeiro de abril, mas, conforme a delegada, somente na tarde de sábado, a polícia começou a elucidar o caso. Na ocasião, foi feita a primeira prisão.
O fato coincide com o aumento de movimento de veículos na delegacia. O entra e sai foi acompanhado pela reportagem do Campo Grande News. A segunda prisão foi na madrugada do último domingo. No fim da tarde, o corpo foi localizado.
O crime chocou a cidade. Primeiro, foram correntes de oração pela vida do empresário. Depois, a consternação pela crueldade dos autores do latrocínio.
A Polícia investiga a participação deles em outro crime similar, ocorrido há 60 dias. A investigação aponta que o veículo poderia ser utilizado para prática de novos assaltos em Campo Grande ou trocado por drogas na fronteira. A delegada deve fazer coletiva sobre o caso amanhã.