Por falta de provas, professora é inocentada de supostos abusos em escola
“Não registramos nenhum ato anormal dessa professora e nem das auxiliares”, disse delegada
A Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) inocentou a professora que havia sido denunciada por abusar de alunos na Escola Mon Petit. Durante os 28 dias de investigação, foram ouvidas dez testemunhas, além de realizada escuta especial das crianças e perícia em computadores, notebooks e celulares da educadora e de seu marido. A polícia também analisou imagens das câmeras de segurança da escola.
Em nenhum caso, nem mesmo durante o depoimento dos cinco alunos – com idade entre 3 e 4 anos –, foi identificado ou encontrado algo que ligasse a professora aos supostos abusos. Dos cinco casos registrados na delegacia, apenas um se relacionava a maus-tratos e os demais a estupro de vulnerável.
“Não registramos nenhum ato anormal dessa professora, nem das auxiliares”, disse a delegada Fernanda Mendes em coletiva de imprensa nesta tarde. A seu lado, o delegado Marcelo Damaceno afirmou que foi feita varredura nos aparelhos eletrônicos da educadora e de seu esposo e que “nada foi encontrado”. Nem mesmo nas redes sociais e aplicativos de conversa foi identificado qualquer sinal de irregularidade, com vídeos ou imagens de crianças ou abusos.
Durante análise das câmeras de segurança, a polícia verificou que em raríssimos casos a professora, que era regente, levou alunos ao banheiro e mesmo nesses casos, em nenhuma das vezes foi algumas das crianças cujas mães denunciaram. Quem acompanha os pequenos ao banheiro é sempre a professora auxiliar.
Conforme os delegados, o depoimento especial de crianças é a principal forma de identificação de algum crime cometido contra elas e serve como prova. O profissional psicólogo que ouve a criança não a induz ou faz perguntas diretamente sobre determinado fato, mas através de técnicas de rapport, a possível vítima é quem relata se foi ou não abusada.
Com relação às mães que denunciaram os casos, não há qualquer responsabilização, já que “elas tiveram uma dúvida e registraram denúncia. Nós investigamos e esse tipo de procedimento é natural”, disse Mendes.
Maus-tratos – A investigação verificou que apenas o caso de maus-tratos contra um aluno é real. A professora sentou a criança na cadeira com rispidez e puxou seu cabelo. Por ser considerado crime de menor potencial ofensivo, a professora assinará um TCO (Termo Circunstanciado de Ocorrência), que será deliberado junto ao Poder Judiciário, até acordo entre as partes.
O advogado da Escola Mon Petit, Bruno Resina, disse que a profissional continua afastada das aulas e até que o caso registrado em TCO seja finalizado, ela deverá ficar sem dar aulas.