Prefeitura retoma tapa-buraco terça-feira e vai recorrer a contratos de Olarte
A Prefeitura de Campo Grande vai retomar na próxima terça-feira, ou quarta-feira, o serviço de tapa-buraco interrompido há mais de um mês, quando o prefeito Alcides Bernal reassumiu o cargo. Além de usar equipes e equipamentos da Secretaria Municipal de Infraestrutura o município vai recorrer às empresas que tem contratos para executar o serviço desde a gestão do ex-prefeito Nelson Trad, retomados pelo prefeito afastado Gilmar Olarte. Bernal admite que o município não tem caminhões, nem equipes,suficientes para fazer frente a todo serviço, por isto não terá condições de dispensar as prestadoras de serviço. No mês passado uma solitária equipe da Prefeitura chegou a ser colocada para tapar alguns poucos buracos, insuficiente diante de uma malha viária de 2.500 quilômetros, boa parte, com pavimento antigo e danificado.
Depois de se reunir nesta quarta-feira no Ministério Público, onde buscou orientação, o prefeito descartou a possibilidade de vir a fechar contratos emergenciais, sem licitação a que recorreu na sua primeira gestão e acabaram sendo uma das razões alegadas para sua cassação. “As empresas continuarão a prestar o serviço, mas haverá uma rigorosa fiscalização e para isto contamos com o apoio da população”, declarou o prefeito.
“Queremos fazer dentro do estritamente legal” assegura Bernal que para convencer as empresas a retomar o serviço terá de pagar (pelo menos parte) dos R$ 12 milhões que a Prefeitura a estas prestadoras de serviço. “Decretamos uma moratória por 90 dias, poupando os serviços essenciais”, lembrou. Alguns dos sócios destas empresas tem vínculos,inclusive familiares, com o ex-secretário de Receita, André Scaff, que comandava a equipe econômica da gestão Olarte.
Diante das dificuldades financeiras da Prefeitura, Bernal admite que o serviço de tapa-buraco será feito inicialmente nas vias de maior circulação, a área central e ruas como a Avenida Bandeirantes.
Pelo menos seis empresas tem contrato com a Prefeitura para o serviço tapa-buraco que tinha um custo médio mensal de R$ 15 milhões. Depois das denúncias (com base em vídeos) de que as empresas vinham tapando buracos inexistentes, o Ministério Público Estadual iniciou um processo de investigação.
No grupo de empresas estão a Selco Engenharia, Diferencial Engenharia (antiga JW Construções), LD Construções, Gradual Engenharia e Consultoria, Locapavi Construções e Serviços e a Proteco Engenharia, do empresário João Amorim, alvo das operações Lama Asfáltica e Coffe Breaki, que inclusive o levou a prisão por algumas horas.
O orçamento deste ano projetou uma dotação de R$ 137, 4 milhões para tampar 11.976.588 metros quadrados de buraco na Capital.Para o ano que vem, está prevista na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) a realização de 12.425.710 metros quadrados, um aumento de 3% de área. Em 2017, a projeção é reparar 38.352.293 metros quadrados de reconstituição asfáltica.