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Capital

Presa no RJ 17 anos após assassinado em MS não tem liberação e falta audiência

Crime aconteceu em 2005, mas mulher só foi presa no dia 10 de junho desse ano, no Rio de Janeiro

Karine Alencar | 18/10/2022 18:48
Adriana quando foi presa no Rio de Janeiro, em junho deste ano. (Foto/Divulgação)
Adriana quando foi presa no Rio de Janeiro, em junho deste ano. (Foto/Divulgação)

Acusada por atear fogo em corpo de comerciante há 17 anos, Adriana Aparecida Nunes, de 43, presa no Rio de Janeiro desde junho deste ano, não recebeu liberação para prestar depoimento por videoconferência, nesta terça-feira (18), pela unidade prisional onde cumpre pena.

O motivo, segundo o advogado da réu, Rodrigo Stochieru, seria a incompatibilidade de horários entre o sistema do Rio de Janeiro, com o horário marcado pela 2ª Vara do Tribunal do Júri, de Campo Grande, que tinha o agendamento de interrogatório para esta terça-feira, às 16h30. Com isso, uma nova audiência teve de ser marcada para o mês de novembro, solicitando a participação da mulher.

À reportagem, Stochieru sustentou que Adriana trabalhava de Carteira Registrada no Rio de Janeiro e nunca se envolveu em práticas ilícitas durante todos esses anos em que ficou foragida. Sendo assim, pedirá para que a acusada responda em liberdade.

"A pena prevista conforme a lei é de 12 a 30 anos, mas vou pedir que ela responda em liberdade, pois não tinha intenção de matar, agiu para se proteger e de lá para cá, não apresentou nenhum risco para a sociedade", defendeu o advogado.

Advogado de Adriana, Rodrigo Stochieru, em conversa com a equipe de reportagem. (Foto: Karine Alencar)
Advogado de Adriana, Rodrigo Stochieru, em conversa com a equipe de reportagem. (Foto: Karine Alencar)

Intimada como única testemunha no dia em que o crime aconteceu, Romancina Corrêa, de 74 anos, aposentada, esteve no Tribunal do Júri para prestar novo depoimento. Para ela, Adriana era estudiosa, trabalhadora, ateou fogo no homem para se defender.

"Esse rapaz não era comerciante, inclusive, incomodava bastante ela e a Adriana só se defendeu. Ele bateu nela com um pedaço de pau e ela jogou o álcool, que pegou fogo. Na hora ela me gritou, eu fui lá ajudar e chamamos a polícia, mas depois ela fugiu. Poderia ser ela que estaria morta hoje", disparou. " Ela fazia muitas coisas para vender, ia para a faculdade de bicicleta, era muito esforçada e de boa família", disse.

Romancina Corrêa, vizinha de Adriana, foi interrogada na tarde desta terça-feira. (Foto: Karihne Alencar)
Romancina Corrêa, vizinha de Adriana, foi interrogada na tarde desta terça-feira. (Foto: Karihne Alencar)

Adriana foi presa no dia 10 de junho em uma agência dos Correios na Avenida Presidente Vargas, no Bairro Cidade Nova. A ação foi realizada em conjunto por policiais da DRF-RJ (Delegacia de Roubos e Furtos) e DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídios) de Campo Grande.

O crime– Adriana Aparecida Nunes veio de Uberaba para Campo Grande estudar. Morava em pensionato na Rua Arthur Jorge, no centro da cidade. No boletim de ocorrência, consta que, no dia 12 de abril de 2005, por volta das 18h30, Adriana estava na frente de casa, limpando a calçada e juntado folhas.

Estava com garrafa de 2 litros cheia de álcool e uma tocha improvisada, feita com cabo de vassoura e camisa velha. Na mão, um copo com pouco do álcool, que iria usar para queimar as folhas.

No relato à polícia, disse que o comerciante Airton Almeida Metello de Assis, 43 anos, chegou agressivo, perguntando pela vizinha. Ela disse que o conhecia de vista,  já que namorava outra vizinha, segundo relato da estudante.

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