Preso com R$ 2,5 milhões em drogas dizia a filho que vendia rapadura
Como ele é um menino muito inteligente, falei que tinha ido numa fazenda comprar rapadura para vender”, afirmou o traficante
Grupo especializado no transporte de drogas foi preso em flagrante na tarde de quinta-feira (29), quando preparava drogas para comércio em Campo Grande. A prisão ocorreu na Rua Treviso, bairro Ravenna.
Conforme informações do delegado João Paulo Sartori, da Denar (Delegacia Especializada na Repressão ao Narcotráfico), o grupo era monitorado desde a véspera no natal, quando a polícia recebeu uma denúncia de disparo de arma de fogo no local.
Nesta quinta-feira, a polícia foi até a casa e por cima do muro, viu Ely Anderson Bernal André, de 24 anos, e José Victor de Souza André, de 32 anos, manipulando a droga.
Os policiais então invadiram o local e aprenderam 65 quilos de drogas, entre pasta base, cloridrato de cocaína e maconha, avaliadas em pelo menos R$ 2,5 milhões no Brasil, além de duas pistolas, 32 munições, uma camionete Hilux e um Cobalt. Na casa também havia R$ 1,9 mil em dinheiro.
Devido a grande quantidade de drogas, para esconder dos filhos de sete e 10 anos que “trabalhava” como traficante, José Victor dizia que vendia rapadura. “Meu filho não sabia de nada, mas como ele é um menino muito inteligente, eu falei para ele que tinha ido na fazenda comprar uma rapadura para vender”, afirmou.
Já Ely Anderson disse que estava precisando de dinheiro, por isso aceitou praticar o crime. “É falta de Deus e besteira, foi a segunda viagem nossa, foi por causa de dinheiro, nós estávamos endividados por conta da camionete”, disse Ely.
A esposa de José Victor, Dagmar Miranda de 24 anos, que estava na casa, também foi presa. Em entrevista a mulher disse que não sabia que o marido era traficante. “Eu estava dentro de casa, trancada, levei um susto quando a polícia chegou, eu tenho dois filhos para criar, como vou ficar presa, se não sabia de nada”, disse.
De acordo com a polícia, Ely é proprietário de uma loja de roupas no Santo Amaro, já José Victor tem um lava jato no Talismã. Eles contaram que compraram a droga na Bolívia, para distribuir no Estado. Os três estão presos e irão responder por tráfico de entorpecentes.