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Capital

Preso com submetralhadora afirmou à polícia ser “colecionador e caçador"

Em depoimento, ele negou que a arma encontrada no carro que dirigia fosse sua e se descreveu “espantado”

Geisy Garnes | 10/09/2021 09:01
Aresenal apreendido ontem, na casa do suspeito, no Bairro União. (Foto: Reprodução)
Aresenal apreendido ontem, na casa do suspeito, no Bairro União. (Foto: Reprodução)

Após ser preso com submetralhadora e pistolas, Luciano de Souza Barbosa, de 39 anos, o Pequinês, afirmou à polícia que é “colecionador, atirador e caçador” e, por isso, mantém o arsenal na casa em que mora no Bairro União, em Campo Grande. Em depoimento, ele negou que a arma encontrada no carro que dirigia fosse sua e se descreveu “espantado” com a apreensão.

O flagrante aconteceu na tarde de ontem (9). O veículo de Luciano, um Onix, foi abordado após denúncias anônimas. Durante vistoria, os investigadores encontraram uma pistola calibre .380 com mira laser escondida no painel. O motorista afirmou que tinha mais armas em casa, mas todas eram registradas e com apostilamento do Exército Brasileiro. Os policiais foram ao endereço, no União, e lá apreenderam uma submetralhadora CT 40, uma pistola 9 milímetros, outra pistola calibre .380 e diversas munições calibre .380, .40 e 9 mm.

Sidney Fernandes da Silva, de 48 anos, também estava no veículo e foi preso com documento falso.

Em depoimento, Luciano afirmou ter cumprido todas as penas por crimes do passado e, atualmente, trabalha no setor de construção civil. Relatou que andava pela Avenida Prefeito Lúdio Martins Coelho, quando ouviu as sirenes e percebeu a ordem de parada. Imediatamente, obedeceu e entregou os documentos. Já conversava com a equipe da especializada, quando a arma foi encontrada.

Nas palavras de Luciano, ele sequer sabia da pistola no carro, já que todas as armas ficam guardadas em casa. Se declarou “colecionador, atirador e caçador” e afirmou que o arsenal era devidamente regularizado e que ainda participa de clube de tiros. Por isso, negou ser o dono da pistola apreendida no painel do Onix.

Na delegacia, explicou que estava regularizando também, a mudança de endereço junto do Exército Brasileiro e que todas as munições apreendidas foram adquiridas em lojas e sites oficiais. Luciano também negou que o segundo endereço vistoriado é seu escritório, afirmou que colocou uma placa no local apenas para divulgação. Essa versão foi desmentida pelo segundo preso.

Sidney contou à polícia que está foragido desde 2017 e, por isso, decidiu comprar uma nova identidade. Negociou com um homem em Ponta Porã e pagou R$ 2 mil por uma CNH (Carteira Nacional de Habilitação) em nome de Reginaldo e com o documento falso, passou a ter outra vida. Desde essa época, começou a trabalhar com Luciano, que foi seu genro por alguns anos e é o pai de dois dos seus netos.

O foragido contou outra versão sobre a arma. Explicou que o ex-genro foi vítima de tentativa de homicídio no ano passado e, desde então, reforçou a segurança, comprou a pistola por R$ 4 mil e andava com ela no carro.

Durante a abordagem, ele resolveu esconder a pistola enquanto Luciano conversava com os policiais. Afirmou que mora no endereço onde o colete foi encontrado, mas também funciona no imóvel o escritório do ex-genro, que lá são recebidos clientes e feitos pagamentos.

Confessou que o colete era seu, comprado há muitos anos para se defender de “possíveis atentados”. Apesar das versões conflitantes, os dois foram atuados em flagrante por posse irregular de arma e porte ilegal de arma e vão passar por audiência nesta manhã.


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