Produtor dos queijos "Brun" e filho morrem em Campo Grande
Álido Agenulfo Brun, de 85 anos, morreu cerca de 7h após o filho, no Hospital Regional de Campo Grande
Produtor do queijo mais famoso de Mato Grosso do Sul, Álido Agenulfo Brun, de 85 anos, morreu na manhã deste domingo (27), no Hospital Regional, em Campo Grande. Cerca de 7h antes o seu filho, Nairo Brun, de 58 anos, também faleceu por complicações de um câncer, que lutava há 10 anos. Álido contraiu covid-19, mas já estava se recuperando em sua propriedade, em Paraíso das Águas, quando acabou sofrendo um AVC (Acidente Vascular Cerebral) na semana passada.
"Ele deu entrada no Regional na quinta-feira (24). Para além do AVC e da idade avançada ele também já sofria de um problema renal então o quadro foi se agravando, até que ele faleceu nesta manhã", comenta a filha, Silvana Brun, de 51 anos. Álido completaria 86 anos no próximo dia 30 de julho.
A notícia aumentou a tristeza da família, que poucas horas antes também foi informada da morte do filho do produtor. "Perder duas pessoas da família num dia só é uma tristeza muito grande", lamenta Silvia. Nairo tratava um cordoma há 10 anos e estava internado na Santa Casa de Campo Grande.
Pai e filho serão velados das 7h às 9h desta segunda-feira (28), em Paraíso das Águas.
Trajetória - Àlido e família chegaram em Mato Grosso do Sul no ano de 1980 quando saíram de Santa Rosa (RS) com destino a São Gabriel do Oeste, no norte do Estado, para plantar soja. Em 16 anos, seu modelo de trabalho rendeu até prêmios no Ministério da Agricultura, mas mesmo assim veio à falência.
Por ser produtor rural, teve preferência no projeto de loteamento do Incra (Instituto Nacional da Reforma Agrária) e conseguiu uma área em Chapadão do Sul, no Assentamente Sucuriú, onde ele, a esposa Elda Molinare Brun, e os filhos, chegaram em 2000. Àlido levou a cultura da uva para região, mas foi no queijo que obteve sucesso.
A propriedade fica localizada na BR-060, km 54, em Paraíso das Águas. Para quem sai de Campo Grande, a fazenda fica a 54 km antes da sede de Chapadão do Sul. Em julho do ano passado o sabor do queijo meia cura do produtor, ganhou até propaganda do presidente Jair Bolsonaro no dia da sanção da lei que liberou a comercialização do queijo artesanal em todo o País e exterior.