Projetos da UFMS prevêem campus 100% monitorado e controle de acesso
Medidas de segurança estão previstas em projeto encaminhado para Ministério da Educação. Universidade também busca parceria com Polícia Civil e Militar para posto policial no campus
A administração da (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) encaminhou para o Ministério da Educação o Plano de Reforço na Segurança, com diversas medidas a médio e longo prazo que tem o objetivo de garantir a segurança no campus.
O Plano foi elaborado pela Comissão de Segurança UFMS, instituída em abril deste ano após o estupro de uma jovem de 21 anos no matagal próximo a ponte que liga o teatro Glauce Rocha ao bloco de exatas.
O presidente da Comissão, Rogério Mayer, não revelou o valor orçado no projeto para as ações, mas ressaltou três medidas principais que o plano prevê: instalação de equipamentos para o controle de acesso, monitoramento de câmeras em todo o campus e colocação de alarmes nos laboratórios e prédios da Universidade.
Com base nas análises já feitas, Rogério acredita que o controle de acesso será a medida mais importante para garantir a segurança. “Todos os agentes em segurança afirmam que não tem como garantir a segurança no campus sem o controle de acesso. Esse seria o primeiro passo”, esclarece.
O controle de entrada e saída no campus seria feito com catracas e cancelas, instaladas em todas as entradas da Universidade. Mas, segundo a Comissão, as modificações só serão feitas após consulta com os acadêmicos e engenheiros de trânsito.
“Tudo vai ser feito após uma conversa com os estudantes. Mas também é preciso saber se isso vai interferir no trânsito da região, como formar filas de veículos”, frisa.
Já o investimento em mais câmeras tem o objetivo de monitorar por completo o campus, com um sistema integrado de vigilância e a ampliação da central de monitoramento.
Para Rogério, o circuito interno de câmeras é fundamental para coibir a pratica de crimes, como também na identificação dos autores.
A outra medida prevista, com a instalação de alarmes nos prédios, tem o caráter preventivo no plano de reforço da segurança. Segundo o presidente, nunca houve nenhum roubo a um dos prédios, mas os equipamentos muitas vezes ficam vulneráveis a ação de ladrões.
O projeto depende da aprovação do Ministério da Educação e, segundo Rogério, ainda não existe um prazo para a avaliação.
Posto policial - Além dos investimentos previstos no Plano, a Comissão de Segurança também encaminhou a Sejusp (Secretaria do Estado de Justiça Segurança Pública) um projeto de parceria para a implantação de um posto policial dentro do campus.
A iniciativa quer que a Polícia Militar tenha um posto permanente no local para fazer ronda na região. “O acadêmico quando sai da UFMS também corre risco na região. Com o trabalho da PM a região ficaria ainda mais segura. As rondas poderiam ser feitas dentro e fora do campus”, justifica.
Com a Polícia Civil, o trabalho conjunto quer contribuir para a resolução de crimes, como aconteceu no caso do estupro, que teve a prisão do autor em menos de 24h.
A reportagem não conseguiu contato com a Sejusp. Em contato com o comandante de policiamento metropolitano da PM, o Coronel Bueno afirmou que a decisão depende da Sejusp, mas esclareceu que o policiamento na região já é feito pelo 10° Batalhão da PM. “Só não podemos entrar no campus, porque é um órgão federal”, explica.
Medidas emergenciais - Após o estupro, a Comissão implantou algumas medidas emergenciais de segurança. Nesta semana deve ser concluída a instalação de oito câmeras em vários pontos da UFMS.
Os equipamentos ficarão no Centro de Ciências Humanas e Sociais (CCHS), agências bancárias e Concha Acústica, Departamento de História e estacionamento da antiga reitoria, laboratórios do Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas (CCET), entrada da Reitoria, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (Famez) e os fundos do prédio das Pró-Reitorias.
Também está prevista a colocação de cerca ao redor da área de estacionamento do Morenão. De acordo com a Comissão de Segurança, a medida foi necessária após várias denúncias de que o local era utilizado para uso de drogas e prostituição.
Os postos de vigilância já foram ampliados de nove para 16 e a empresa de segurança está sendo contratada. Foi aberta licitação para a instalação de guaritas pelo campus.
Os acadêmicos ainda passaram a ter um ônibus para o trajeto da biblioteca até a área do curso de química, onde aconteceu o estupro. O veículo passa a cada 30 minutos.
No site da instituição – www.ufms.br – foi disponibilizado um link com todas as informações sobre segurança. O acadêmico tem acesso a um sistema informatizado que possibilita registrar incidentes de violência e, por meio do mapa virtual da instituição, pontuar os locais tidos como inseguros.
Com isso, a Universidade quer mapear a sensação de insegurança no campus. No entanto, desde a implantação do sistema, em maio, nenhum relatório com os dados obtidos foi elaborado.