Quadrilha lucrou meio milhão com golpe do "presente de aniversário"

Quatro estelionatários foram presos suspeitos de aplicarem golpes em idosos de Campo Grande na hora de entregar um suposto presente de aniversário. A quadrilha, de acordo com a investigação do Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado), já lucrou quase meio milhão. Os criminosos foram alvos da Operação "Presente de Grego", nesta quarta-feira (23).

Segundo a investigação, o grupo é de São Paulo e começou a aplicar os golpes em agosto deste ano. O modo de operar era simples: enganar idosos no dia do aniversário com um falso presente. Mas, na hora de receber, a vítima precisava pagar uma "pequena" taxa. Era aí que o grupo agia.

"Recebiam ligações informando que haviam ganhado um presente, que seria entregue em suas residências. Para receber o suposto presente, era solicitado um pagamento de taxa de entrega, entre R$ 5,50 e R$ 5,90, exclusivamente via cartão de crédito ou débito", explica nota do Dracco. Como se tratava de presente, os idosos aceitavam a proposta. "Os golpistas usavam maquininhas de cartão adulteradas, obtendo valores muito superiores ao informado".

Um dos casos mais recentes ocorreu no dia 22 de outubro de 2024, envolvendo vítima de 62 anos que teve R$ 1.545,90 retirados de sua conta após passar seu cartão de crédito. A vítima acreditava que estava pagando apenas a taxa de entrega de R$ 5,90.

Apurações e prisões - A investigação envolveu o monitoramento de um dos veículos utilizado pela quadrilha. Ontem (23), nova tentativa de golpe foi frustrada, quando os policiais conseguiram evitar que uma idosa de 61 anos caísse. Os criminosos já estavam na rua da residência da vítima, onde ela aguardava o suposto presente.

Dois dos autores foram presos após tentativa de fuga e resistência à ação policial. Outros dois integrantes da quadrilha também foram detidos após perseguição em Campo Grande. Após as prisões, a polícia identificou dois imóveis utilizados pelos criminosos, onde foram encontrados equipamentos usados no crime, como maquininhas de cartão, celulares e mochilas de entregador.

"As investigações revelaram que a quadrilha atuava de maneira estruturada, com divisão de tarefas, incluindo operações logísticas, obtenção de informações pessoais das vítimas e a prática dos crimes", diz a nota. 41 vítimas já foram identificadas.

Os investigados se deslocavam frequentemente entre São Paulo e Campo Grande. Eles operavam a partir de imóveis alugados por meio de plataformas como o Airbnb, onde mantinham os equipamentos e se escondiam. Usavam também diversos veículos e motocicletas para dificultar a identificação e rastreamento.

Os presos foram autuados por integrar organização criminosa, estelionato contra idoso, desobediência, direção perigosa e resistência à prisão. "As autoridades policiais representaram pela conversão da prisão em flagrante para prisão preventiva, considerando o risco de reiteração criminosa e a necessidade de garantir a ordem pública".

“Operação Presente de Grego” faz alusão à famosa expressão que remete ao “presente” que trouxe prejuízo ao destinatário, assim como os estelionatários fazem com as vítimas, oferecendo algo aparentemente positivo, mas que resulta em dano financeiro.

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