Quinta Gospel volta a gerar polêmica na sessão da Câmara
Mais uma vez o projeto Quinta Gospel virou polêmica em uma sessão da Câmara Municipal de Campo Grande. Depois da recomendação do MPE, para incluir todas as religiões no evento, os vereadores evangélicos voltaram a discutir sobre o projeto.
A vereadora Luiza Ribeiro (PPS) citou a recomendação do MPE e ressaltou que o documento foi positivo, em relação ao uso do espaço, que seria utilizado normalmente pelo público evangélico.
Já o vereador Alceu Bueno (PSL), da igreja Mundial do Poder de Deus, criticou a abertura para outras religiões, considerando “um desrespeito a todos os evangélicos” e ainda sugeriu que fosse criado outro projeto para os outros segmentos religiosos.
A posição teve apoio de Gilmar da Cruz (PRB), da Igreja Universal do Reino de Deus. “Há uma divergência de pensamentos quanto a Quinta Gospel. Poderia ser criando uma segunda-feira da macumba e que seria igualmente respeitado”, comentou.
Herculano Borges (SD) aproveitou o momento para se desculpar por ter sido “mal interpretado” em declarações anteriores que consideravam “afronta" pessoas do candomblé na Quinta Gospel, quando quis se referir apenas aos seus rituais. Em contrapartida, voltou a frisar que o evento “é um espaço conhecido como tradicionalmente evangélico e que fique para bandas cristãs evangélicas”.
O vice-presidente da Comissão Permanente de Cultura, Eduardo Romero (PTdoB), católico, deixou claro que ao abrir o debate, na semana passada, não quis defender religião “A, B ou C”, mas sim iniciar um diálogo sobre a amplitude de interpretações previstas pela lei que criou o evento na Capital.
“A interpretação é ampla e se para contemplar outras religiões não dá para ser na quinta, que seja no sábado, subsequente a noite da seresta uma vez que nem sempre haverá shows evangélicos”, analisou Romero.
No fim, o vereador Carlos Augusto Borges, Carlão, (PSB) corrigiu ambos os lados da discussão e afirmou que a lei não especifica uma religião ou grupo religioso para utilizar o projeto e ainda cobrou um entendimento rápido para a “guerra”. “Não precisa ficar demandando tanto tempo para esse tipo de discussão na câmara”, pontuou.