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Radar em descida da rodovia BR-163 desagrada a "gregos e troianos"

Edivaldo Bitencourt e Bruno Chaves | 27/08/2013 15:13
Redutor de velocidade causa polêmica na BR-163 (Foto: Marcos Ermínio)
Redutor de velocidade causa polêmica na BR-163 (Foto: Marcos Ermínio)

Quatro radares, instalados na BR-163, na saída para Cuiabá, em Campo Grande, conseguiram a desagradar “gregos e troianos”, como diz o famoso ditado popular. Caminhoneiros, motoristas de automóveis e motociclistas reclamam da localização do redutor de velocidade. Eles avaliam que o risco de acidente passou a ser maior no trecho.

Para o cabeleireiro Francisco Almeida de Oliveira Filho, 24 anos, que vem de motocicleta de Coxim para a Capital visitar a namorada uma vez por mês, o equipamento eletrônico deixou o trecho mais perigoso. “É muito perigoso frear para reduzir a velocidade”, contou, já que teme as carretas, os veículos mais potentes e pesados.

O advogado Ronye Mattos, 31 anos, enviou e-mail ao Campo Grande News para reclamar do equipamento. "Fomos praticamente empurrados para fora da estrada por 2 carretas carregadas que vinham atras. Radares ali são uma irresponsabilidade!", queixou-se Mattos.

Willians avalia que redutor de velocidade mais atrapalha do que ajuda (Foto: Marcos Ermínio)
Willians avalia que redutor de velocidade mais atrapalha do que ajuda (Foto: Marcos Ermínio)
José teme que motoristas de veículos leves batem na traseira de carreta (Foto: Marcos Ermínio)
José teme que motoristas de veículos leves batem na traseira de carreta (Foto: Marcos Ermínio)

Mas os caminhoneiros também criticam o redutor de velocidade. Para o caminhoneiro de Presidente Prudente (SP), Lourivaldo Montes, 42 anos, o radar atrapalha na subida, porque reduz a velocidade da carreta. Por outro lado, na descida, também causa dor de cabeça, porque complica. “Está no ponto errado”, conclui ele, que passa duas vezes por semana pelo local.

“É um ponto perigoso”, conclui outro caminhoneiro, José Luzia, 60 anos, que passa pela BR-163 duas vezes por mês. Ele avalia que o risco de um automóvel bater na traseira do caminhão é maior porque ele reduz a velocidade, mas os condutores não veem o radar logo a frente. “O perigo é maior à noite”, ressaltou.

O caminhoneiro Willians Araújo, 38 anos, também condena a instalação do radar no local. “Prejudica os veículos pesados, que perdem a velocidade na subida e ficam mais lentos”, frisa. Ele também concordo com os demais de que o risco de acidentes é maior com o redutor de velocidade.

O trecho tem quatro radares. Dois ficam a poucos metros da rotatória na saída para Cuiabá, onde a velocidade máxima permitida é de 80 km/h. Já perto da ponte sobre o riacho Botas, outros dois radares, nos dois sentidos da rodovia, fiscalizam a velocidade máxima de 100 km/h para automóveis e de 80 km/h para caminhões e ônibus.

Os radares foram instalados em pontos determinados pelo DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes). No entanto, neste ano, o número de mortes nas rodovias aumentou, segundo levantamento da Polícia Rodoviária Federal. Foram 135 óbitos até a semana passada, contra 101 no mesmo período do ano passado.

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