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Capital

Rapaz enterrado no quintal foi morto por ciúmes

Quatro pessoas estão envolvidas no crime; três foram presas em flagrante e um é procurado

Por Dayene Paz, Bruna Marques e Antonio Bispo | 21/11/2023 11:06
Calçada de residência onde crime ocorreu no bairro Amambaí (Foto: Marcos Maluf)
Calçada de residência onde crime ocorreu no bairro Amambaí (Foto: Marcos Maluf)

Antes de matar Wagner Vicente Pereira da Silva, de 30 anos, três homens planejaram o crime, inclusive, deixando pronta uma cova rasa para o corpo, nos fundos de um imóvel no Bairro Amambaí, em Campo Grande. O assassinato foi motivado por ciúmes e vingança após a vítima confessar ter furtado a casa de um dos suspeitos.

Estão entre os presos: Everson dos Santos Alencar, de 35 anos, Andres Adonis Fajardo Lovera, 29 anos, e Maria Nazaré Carneiro da Silva, 50. O sobrinho de Everson, identificado como Talles Silva dos Santos, 19, também tem participação no crime e é procurado pelas autoridades.

Entenda - A reportagem do Campo Grande News apurou que Wagner tinha relacionamento amoroso com Everson, dono da casa onde ocorreu o crime. Além disso, Alencar "ficava" esporadicamente com Andres.

Já Wagner era usuário de pasta base e vivia na rua, sendo sustentado por Everson. Nos últimos dias, Wagner passou a ser visto andando em carros diferentes e com roupas novas, o que levantou ciúmes em Everson.

Na data do crime, domingo (19), Everson, Talles e Andres estavam ingerindo bebidas alcoólicas na casa do Bairro Amambaí, quando uma mensagem no WhatsApp deu início ao plano de assassinato. O texto no celular de Everson, mas destinado a Wagner, marcava um encontro amoroso.

O trio, então, cavou uma cova rasa perto do tanque que fica em um corredor estreito, onde funciona uma pequena área de serviço. Na sequência, saiu e encontrou Wagner usando drogas perto do Horto Florestal.

Everson convenceu o companheiro a ir até a casa, onde o confrontou. Entre os questionamentos, Alencar citou um furto ocorrido no imóvel e também perguntou se Wagner estava assediando Andres. A vítima confessou e então houve desentendimento. Na sequência, os três esganaram a vítima com um fio elétrico. Com a cova pronta, a vítima foi colocada em posição fetal, com as mãos e pés amarrados por uma corda de varal.

Maria Nazaré é vizinha da casa, que trabalha em uma funerária e mantinha contato com Everson. Ela é apontada como a pessoa que orientou como esconder o corpo após o assassinato. Segundo apurado, a mulher pediu que os três comprassem cal para ocultar o cheiro.

Materiais encontrados na casa próximos a cova rasa. (Foto: Bruna Marques)
Materiais encontrados na casa próximos a cova rasa. (Foto: Bruna Marques)

Prisão - Investigação da DHPP (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídio e de Proteção à Pessoa) chegou até Andres, que delatou os comparsas. Everson foi preso enquanto trabalhava em um restaurante no centro da Capital e Nazaré em casa.

Segundo o delegado Carlos Delano, a prisão de Talles também foi requerida pela polícia, que aguarda o deferimento da Justiça.

Delegado Carlos Delano, que está à frente de investigação, durante entrevista nesta manhã. (Foto: Bruna Marques)
Delegado Carlos Delano, que está à frente de investigação, durante entrevista nesta manhã. (Foto: Bruna Marques)

Na casa, a polícia apreendeu perto da cova: 8 kg de cal, 20 kg de areia, 20 kg de pedra e 20 kg de cimento.

Segundo moradores do entorno do imóvel onde ocorreu o crime, Everson morava com o sobrinho Talles há cerca de três meses. Eles não conversavam com os vizinhos. "Não ouvimos nada, só ficamos sabendo quando a polícia chegou. Achamos até que era algo ligado à droga", afirma uma vizinha que pediu para ter o nome preservado. Dois cachorros ficaram no imóvel e estão sem tutela após a prisão do dono da casa.

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