Redução do nível do Lago do Amor será discutida em reunião com MPMS e UFMS
Secretário de Obras diz que questão é ambiental e obras não podem causar mais prejuízos na área

O transbordamento do Lago do Amor e as obras a serem executadas serão discutidas em reunião hoje entre prefeitura de Campo Grande, MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) e UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), responsável pela área, segundo informação da prefeita Adriane Lopes, “para entender o que fazer com o lago”.
RESUMO
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O transbordamento do Lago do Amor, em Campo Grande, será tema de reunião entre a prefeitura, MPMS e UFMS. A prefeita Adriane Lopes destacou que a chuva intensa causou o desmoronamento, enquanto o secretário Marcelo Miglioli sugeriu abaixar o nível do lago como solução. A obra anterior, feita há dois anos, não suportou o volume de água. A questão envolve desafios ambientais e de engenharia, com foco inicial na reconstrução do aterro. O assoreamento do lago é um problema antigo, com estudos indicando redução de 30% na área em nove anos.
A chuva torrencial ontem derrubou a passarela do Lago do Amor, 536 dias depois da obra que fez o reparo naquele trecho, pelo mesmo problema.
A prefeitura voltou ao local do desmoronamento, acompanhada do secretário Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos, Marcelo Miglioli, o engenheiro Ricardo Schettini, projetista da obra feita já dois anos, e o presidente da Câmara de Vereadores, Epaminondas Neto, o Papy.
Adriane falou novamente que ontem, por 2 horas, choveu o esperado em 15 dias, o equivalente a 170 milímetros. “Aqui a água passou o limite da pista e levou a estrutura”, disse. “O que temos aqui é uma questão ambiental, o lago tinha 119 hectare e, hoje, tem 70 hectares”, contou, sem detalhar qual o período de tempo da perda de área, decorrente do assoreamento.

Miglioli disse que a solução ideal é abaixar o nível do lago. Segundo ele, a obra realizada há quase dois anos tinha como objetivo criar uma comporta para diminuir esse nível quando ocorre chuva, mas o volume de ontem foi maior que a capacidade prevista.
“Temos um problema ambiental e de engenharia aqui”, disse o secretário, porém, pontuando que não houve falha na execução da obra, mas sim, prejuízo ao sistema em situação adversa, como a ocorrida ontem. “É isso que vamos discutir agora com MP e a UFMS”, disse Miglioli.
Ele explica que resolver o problema de engenharia seria fácil, mas é preciso calcular os riscos ambientais que isso envolve. Miglioli explica que baixar o nível do lago poder acarretar no surgimento de erosão nas bordas e nascimento de vegetação. “Mas isso não é muito a minha agenda, por isso quero reunião com a universidade, para compatibilizar a questão de engenharia com a questão ambiental e achar uma solução".
De acordo com secretário, o foco inicial é a reconstrução do aterro, que não é obra de alto custo e, depois, discutir com a UFMS como minimizar os riscos de novo transbordamento.
A enxurrada na área quase provocou tragédia. O pintor Lucas Ribeiro Maranhão, 29 anos, passava no local quando passarela desabou e ele foi levado pelas águas. Foi socorrido e está internado na Santa Casa. Ele sofreu escoriações. Hoje, a mulher dele, Marinalva Rondon foi ao local para ver o estrago.

Desaparecimento – O assoreamento do Lago do Amor é história antiga e que já vem sendo apontada em estudos da UFMS, responsável pela área.
Em 2017, reportagem especial do Campo Grande News tratou de levantamento batimétrico, que é a medição da profundidade de rios e oceanos, e da análise multitemporal, que quantificou a evolução de área de volume do lago ao longo de 9 anos.
Os estudos foram realizados em agosto de 2008, novembro de 2011, fevereiro e novembro de 2013, outubro de 2014, março de 2016 e março de 2017.
No período, o volume diminuiu 58,5 mil m² por processo de assoreamento, cerca de 30%. A área corresponde a aproximadamente 3 campos de futebol. Naquela época, segundo a pesquisa, o lago estaria tomado de sedimento até 2038.

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