Reféns de cruzamento perigoso com a BR-163, moradores do Noroeste pedem semáforo
Esta semana, o Ministério Público abriu inquérito para apurar a demora na instalação da sinalização
Os moradores do Bairro Jardim Noroeste acabam reféns de cruzamento sem sinalização entre a Rua Água Azul e a BR-163, em Campo Grande, quando precisam optar por um caminho mais curto para ir ao trabalho ou levar crianças à escola. O acesso é o mais ágil, porém, o mais perigoso nos horários de pico.
Presenciar acidentes graves de trânsito por ali virou parte da rotina deles, infelizmente. O motorista de aplicativo José Mario Tonacioli, 39, passa por lá diariamente para levar passageiros a outros bairros e confirma sempre ver "bate-bate" de veículos na região.
"É 'direto', quase todo dia, principalmente com moto. Semana retrasada teve morte em acidente envolvendo motoqueiro e caminhoneiro. Já estamos cansados desse 'bate-bate' aqui. Será que a prefeitura contratou uma dessas empreiteiras a preço milionário e ela não fez o serviço aqui?", questiona.
O motorista de aplicativo pede, ao menos, um quebra-molas para reduzir a velocidade dos carros. "A gente reclama, reclama, e não fazem nada", desabafa.
Outra rua - A falta de sinalização no trecho acaba sobrecarregando outros próximos. Exemplo é a Avenida Alexandre Herculano, que o pedreiro Jocemiro Fermino, 36, acessa quase todo dia.
Ele reclama que passar de bicicleta ou motocicleta é missão quase impossível. "No horário de pico, tem que se aventurar bastante para atravessar ou então ficar esperando 15 minutos até diminuir o fluxo", relata.
O pedreiro também afirma ver acidentes constantemente na Rua Água Azul. "Esta semana, minha mãe até fez um vídeo mostrando a rua parada. Só pode ser por causa de acidente", afirma, estranhando tranquilidade incomum na via.
Jocemiro também apela pela semaforização na região, lembrando que o anel viário da BR-163 é muito utilizado também pelos moradores que vivem no Bairro Moreninhas e precisam acessar o Jardim Colúmbia, ligando duas regiões distantes.
A pé é pior ainda - A dona de casa Cristiane de Oliveira, 41, não arrisca tentar atravessar a pé a Rua Água Azul. Ela mora no Bairro Noroeste há 9 anos e raras vezes fez isso. A última delas foi para ir até a casa do cunhado. "Deu um medo danado", se recorda.
Ela se preocupa com o marido, que faz serviço de eletricista e precisa pegar o acesso até a BR-163. "Sofre para chegar aos lugares onde chamam ele para trabalhar", conta. Cristiane vê as vizinhas do bairro que são mães enfrentando o mesmo problema para levar os filhos até escolas em outros bairros. "Sempre tem batida envolvendo dois, três veículos. Para atravessar a pé com criança, não tem como", diz.
Não é falta de pedir. "No grupo de WhatsApp do bairro, todo dia o povo pede semáforo. Sempre reclamam e, até hoje, a prefeitura não fez nada", finaliza a dona de casa.
Inquérito - A demora para concluir procedimentos e instalar semáforo na Rua Água Azul fez o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) abrir inquérito civil para investigar o caso.
Na mesma região, tem semáforo somente nas proximidades da universidade Uniderp Agrárias. O trecho, inclusive, irá ganhar um viaduto a ser construído em parceria com empresa que ergue um condomínio na região. Decretos para as desapropriações necessárias já foram publicados pelo Município.
O Campo Grande News acionou a assessoria de imprensa da Prefeitura de Campo Grande, para saber sobre a previsão de instalação do semáforo reivindicado pelos moradores, mas não houve resposta até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto.
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