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Capital

Repasse à Santa Casa atrasou porque MPE pediu bloqueio de verba, diz secretário

Alan Diógenes e Edivaldo Bitencourt | 24/10/2014 21:31
Santa Casa precisa resolver impasse até 5 de novembro, quando termina convênio com a prefeitura (Foto: Arquivo)
Santa Casa precisa resolver impasse até 5 de novembro, quando termina convênio com a prefeitura (Foto: Arquivo)

A Prefeitura de Campo Grande afirmou que o repasse de R$ 3,6 milhões para a Santa Casa demorou porque o MPE (Ministério Público Estadual) pediu o bloqueio do dinheiro na Justiça de Mato Grosso do Sul. As informações foram repassadas pelo secretário de Administração, Waltemir de Brito.

O recurso, liberado pela administração municipal, é referente as parcelas de R$ 750 mil dos meses de janeiro, fevereiro, março, abril e mais R$ 600 mil de maio. O convênio foi firmado em novembro de 2004 para o hospital conseguir empréstimo no sentido de quitar dívidas. Na época, a prefeitura se comprometeu em ajudar a pagá-lo.

Brito disse que o prefeito Gilmar Olarte entende a gravidade da situação e se mobilizou para ajudar o hospital. No entanto, houve uma denúncia anônima e o MPE recorreu à Justiça para bloquear o recurso. O repasse só ocorreu após a Justiça negar o pedido de bloqueio.

O dinheiro veio em mais um momento de crise e tensão na Santa Casa, administrada pela Associação Beneficente de Campo Grande. A entidade alega que não suporta mais conviver com déficit mensal de mais de R$ 4 milhões e colocou a prefeitura contra a parede. Se não receber ajuda, a ordem é entregar o pronto-socorro para a gestão municipal administrar.

A decisão surgiu justamente por causa da crise financeira. Segundo a direção, 90% do atendimento é público, mas os R$ 15,7 milhões, repassados mensalmente pelo SUS (Sistema Único de Saúde), não seriam suficientes para bancar o serviço. A falta de recursos obrigou a Santa Casa a pagar, desde agosto, só parte dos fornecedores e, entre os funcionários, quem recebe acima de R$ 5 mil, ganhou de 50% a 70% do salário.

A medida atingiu em cheio os médicos, que já andavam insatisfeitos por estar há três anos sem reajuste salarial. Neste sentido, o Sinmed-MS (Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul) ameaçou greve se a categoria patronal não se manifestasse. Na Santa Casa, o salário dos 3,1 mil funcionários representa 65% da despesa mensal de R$ 20,7 milhões.

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