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Capital

Médicos da Santa Casa recebem parte dos salários, mas cobram reajuste

Aline dos Santos | 24/10/2014 10:03
Pronto-socorro da Santa Casa atende acima da capacidade. (Foto: Arquivo)
Pronto-socorro da Santa Casa atende acima da capacidade. (Foto: Arquivo)

Os médicos da Santa Casa de Campo Grande receberam parte dos salários retidos e aguardam nova reunião com a direção para decidirem se mantêm a redução no atendimento anunciada para a próxima terça-feira, dia 28.

De acordo com o vice-diretor clínico Carlos Barbosa, o hospital pagou os 30% retidos dos vencimentos de setembro. O corte no salário foi para quem recebia mais de R$ 5 mil. A medida atingiu praticamente toda a categoria, composta por 500 médicos.

Ainda conforme Carlos Barbosa, deve ser normalizado nesta semana o pagamento para as 16 empresas, formada por 200 médicos, que atuam na prestação de serviços. Metade do valor devido pelo mês de agosto não foi depositado.

“Mas existem outras reivindicações para conversar com a administração. Não temos reajuste há três, quatro anos. A assembleia está aberta, depende dessa nova reunião”, afirma o vice-diretor clínico.

No caso de a mobilização seguir em frente, somente os atendimentos no ambulatório e cirurgias eletivas poderão ser reduzidos. Já os setores de urgência e emergência, que representa a maioria dos pacientes atendidos na Santa Casa, não podem ser paralisados.

De acordo com o médico, o pronto-socorro do hospital sempre está com mais pacientes do que a capacidade. “É o grande pronto-socorro do Estado e em momento algum deixou de atender acima da capacidade. A emergência não dá opção, tem que atender no corredor, na maca. Com o agravante que o funcionamento do Sistema Único de Saúde é subfinanciado”, afirma. A Santa Casa oferece, ao menos, 25 especialidades.

O salário dos 3,1 mil funcionários representa 65% da despesa mensal de R$ 20,7 milhões do hospital. Do quadro de funcionários, são 2.614 ativos. O déficit mensal para custeio chega a R$ 4 milhões.

Ontem, a prefeitura oficializou o repasse de R$ 3,6 milhões para a Santa Casa. A reportagem tentou contato com o diretor-presidente da ABCG (Associação Beneficente de Campo Grande), Wilson Teslenco, que não atendeu a ligação.

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