Retorno das obras de creches é esperança de mãe conseguir trabalhar
Ao todo, são 7 unidades escolares que tiveram a construção interrompida, 2 delas já foram licitadas
Com dois filhos pequenos, de 3 e 4 anos, Izamara dos Santos, de 28 anos, espera que as obras da Emei no Jardim Anache sejam concluídas para que ela consiga trabalhar. Ao todo, são sete unidades escolares que tiveram as construções interrompidas, mas a Semed (Secretaria Municipal de Educação) afirma que as obras serão retomadas.
O prédio ficou deserto na fase final e até pintura e instalação de azulejos já haviam sido realizados. Abandonado, usuários de drogas tomaram conta do local e sem receber manutenção o terreno foi tomado por mato. A dona de casa relata que sente insegurança de se aproximar da construção.
Izamara contou para a reportagem que ela espera por uma vaga desde que o primeiro filho nasceu. Em abril, a mãe chegou a conseguir duas vagas para cada uma de suas crianças, mas para uma Ceinf no Bairro Jardim Presidente. Da sua casa até o local, daria cerca de 3 km, que se percorridos a pé daria uma caminhada de pelo menos 48 minutos.
Por conta da distância que teria de percorrer e por precisar se locomover por meio do transporte coletivo, ela relata que teve que recusar as vagas. “Eu tenho vergonha de ter que ficar pedindo ajuda, se eu tivesse colocado as minhas crianças na creche eu poderia estar trabalhando. Eu quero arrumar um serviço, mas se eu arrumar um serviço para trabalhar vou ter que pagar uma babá, e babá é caro, ou senão ia ter que arrumar uma pessoa para levar as crianças e ainda pagar o passe dela”, disse a dona de casa.
Atualmente, a única fonte de renda de Izamara são os benefícios oferecidos pelo Governo do Estado e Federal. A família mora de aluguel, com mais as despesas de água, luz, alimentação e vestuário, os valores recebidos quase não cobrem todos os gastos.
“Se eu conseguir colocar as minhas crianças na creche, o que acontece? Eu vou conseguir dar um conforto a mais para as minhas crianças e vou conseguir arrumar um serviço e trabalhar, porque eu não vou precisar ficar dependente de gente me ajudando”, desabafou Izamara.
Em breve, a situação da mãe pode ter uma melhora, pois a Secretária Municipal de Educação informou ao Campo Grande News, na manhã desta segunda-feira (10), que obras abandonadas devem ser retomadas.
Das sete instituições de ensino, as construções paralisadas nos bairros São Conrado e Inápolis já foram licitadas. As da região do Oliveira III, Talismã, Radialista, Anache e Serraville estão em processo licitatório com previsão para conclusão do processo em 2023.
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