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Capital

Réu de feminicídio alega tiro acidental e é condenado a 7 anos de prisão

Acusado de matar a mulher com tiro na nuca afirmou que arma disparou durante briga e júri entendeu que se tratou de homicídio culposo, quando não há a intenção de matar

Geisy Garnes | 27/04/2018 16:14
Edhem Araújo durante julgamento nesta manhã (Foto: Saul Schramm)
Edhem Araújo durante julgamento nesta manhã (Foto: Saul Schramm)

Os jurados do tribunal do júri de Campo Grande condenaram Edhem Araújo Silva, de 36 anos, a sete anos e um meses de prisão nesta sexta-feira (27). Levado a julgamento por ter matado a esposa, Elisângela Aparecida Barbosa de Oliveira Silva, o réu foi inocentado do crime de feminicídio e agora vai responder por homicídio culposo, quando não há intenção.

Edhem foi a júri nesta sexta-feira por homicídio qualificado pelo motivo torpe, pelo recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio. Diante dos jurados, ele confessou o crime e alegou que o disparo que matou a mulher, na época com 41 anos, foi acidental.

Na versão do réu, brigas causadas pelo ciúmes de Elisângela eram constantes e no dia do crime, depois de mais uma discussão, ele resolveu sair de casa. "Eu saí de madrugada, voltei na hora do almoço para pegar dinheiro para beber e, quando voltei de noite, para pegar mais dinheiro, ela apontou a arma para mim", lembrou.

Segundo Edhem, o disparo aconteceu quando ele tentou tirar o revólver da mão da esposa. "Ela me empurrou, eu empurrei ela, daí ela virou com o revólver para mim. Eu o peguei e tentei arrancar da mão dela, foi quando eu ouvi o disparo", contou durante o julgamento. O réu afirmou que correu para levar a mulher a uma unidade de saúde e que apesar das brigas, jamais a mataria.

Quanto a arma usada no crime, Edhem explicou que comprou um ano antes do crime, sem registro, e que a mantinha na casa de uma amiga, mas resolveu levar para casa por se sentir ameaçado.

Durante a decisão, o conselho de sentença aceitou a versão apresentada por Edhem, retirou as acusações de homicídio qualificado e condenou o réu por homicídio culposo - quando não há intenção de matar. Pelo crime, o juiz Aluizio Pereira de Almeida fixou pena de dois anos de detenção.

Já pelo porte ilegal de arma, o magistrado determinou penas de 2 anos e seis meses por ele ter adquirido o revólver e dois anos e sete por ter ocultado a arma depois do crime, um total de 5 anos e 1 meses de prisão pelo crime. Edhem estava preso pela morte da mulher desde o dia 30 de dezembro de 2016 e por isso vai cumprir a pena em regime semiaberto a partir de agora.

Crime - Elisângela foi morta pelo marido, com um tiro no pescoço, na frente dos dois enteados, de 11 e 12 anos, na noite de 29 de dezembro de 2016. O crime ocorreu no bairro Vida Nova, em Campo Grande.

De acordo com informações da delegada plantonista da Casa da Mulher Brasileira, Cláudia Angélica Gerei, as crianças contaram que a mulher estava no quarto, mexendo no computador, quando o pai se aproximou e viu algo que não gostou na tela. Os dois começaram a discutir e de repente as crianças ouviram um tiro.

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