Réu relata convite sexual que acabou em morte a facada: "furei ele e fui embora"
Silvio Miranda está sendo julgado por matar Ricardo Oldenburg, em crime ocorrido no réveillon de 2020
O chacareiro Silvio Miranda, 66 anos, o “Paraguai”, achou que teria encontro sexual com uma desconhecida quando foi até festa de réveillon no Jardim Paulista, em Campo Grande, na noite de 31 de dezembro de 2020. O desfecho, porém, acabou sendo acusação por homicídio qualificado, em que alega ter agido para se proteger. “Ele foi atrás de mim me agredindo, aí eu tinha uma faquinha de enrolar cigarro. Furei ele fui embora”.
A vítima foi Ricardo Oldenburg, que morreu com uma facada desferida no lado direito do tórax. Foi apenas um golpe de cerca de 5 centímetros de profundidade.
"Paraguai" está sendo julgado hoje por homicídio qualificado, por motivo torpe, em sessão da 2ª Vara do Tribunal do Júri, em Campo Grande. Chegou a ser preso no dia 11 de novembro de 2021, mas teve a detenção substituída por prisão domiciliar com monitoramento eletrônico e voltou para casa, em um assentamento rural em Terenos.
Na denúncia do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), consta que "Paraguai" conheceu uma mulher e foi convidado por ela para uma celebração de réveillon no Jardim Paulista. O acusado acreditou que era convite sexual e foi até o endereço, porém, ao chegar lá, por volta das 23h30, encontrou a mulher com o companheiro, Ricardo Oldenburg, de 58 anos. O casal estava hospedado na casa de um amigo.
Conforme a denúncia, os dois começaram a brigar e o dono da casa, mandou que Paraguai e Oldenburg saíssem. Na rua, a discussão continuou e o réu usou faca para matar o outro, fugindo em seguida.
Em depoimento prestado hoje ao juiz Aluízio Pereira dos Santos, "Paraguai" contou que a mulher apareceu na estrada, falou que era solteira e o convidou. “Eu precisava de companheira e fui lá”. Percebeu que não iria ter o encontro esperado ao ver que ela estava acompanhada. “Ricardo levantou bravo comigo e fui embora, falei ‘se vira com sua mulher’, ele foi atrás, me agredindo”, contou.
O réu disse que viu uma corda na mão de Oldenburg e achou que a intenção dele era enforcá-lo. Antes disso, diz que já havia sido agredido. “Antes da facada ele me atropelou pra me derrubar, falou que não tinha homem pra ficar com a mulher dele”, se recorda.
Para se defender, usou a faca, usada costumeiramente para cortar fumo e fazer cigarro. “Só furei ele e fui embora, nem vi onde acertou”, disse. Paraguai admitiu que havia bebido, mas não estava embriagado.
"Paraguai" disse que não conhecia a vítima, nem ninguém que estava na casa. “Foi a primeira e última vez que vi essa mulher”.