Rota de ônibus, escola na Guia Lopes teme por segurança de alunos
Na rua que integra o corredor sudoeste do transporte coletivo, os ônibus passarão do lado esquerdo da via em frente a uma escola particular.
“Vai ficar bem complicado para deixar as crianças, penso que poderá ter risco tanto para as crianças, quanto para os pais”, afirma o empresário Renan Nunes Ociro, 31 anos, que tem um bebê de 1 ano e meio matriculado em uma escola particular localizada na Rua Guia Lopes da Laguna. A rua integra o corredor sudoeste do transporte coletivo, onde as obras de recapeamento já começaram por meio de parceria da Prefeitura de Campo Grande com o Exército.
Para a empresária Katiuscia Onori Olivo, 35 anos, o ideal seria um passarela no local. “Vai ficar um pouco difícil e perigoso”, disse ela que tem um filho de seis anos e começou na escola este ano. O mesmo pensa a administradora Suzelaine Escobar, 39 anos. “O jeito vai ser se reprogramar no horário e parar longe”.
A nutricionista, Gislene Nantes Nogueira, 33 anos, também está preocupada com a situação. Ela tem dois filhos na escola, um bebê de nove meses e uma crianças de cinco anos, que estuda ali desde os cinco meses. “Não teremos mais acesso para parar perto e para gente que desce com mochila, bebê-conforto e criança no colo fica bem complicado. Já estudo a possibilidade de mudar”, disse.
Além do fator comodidade, tanto pais quanto direção da escola temem pela segurança dos pequenos, pois como a via integra o corredor haverá grande fluxo de ônibus. “Não sou contra o corredor. Eu sou a favor dos avanços da cidade, mas esse projeto não considerou a existência da escola e nós teremos um corredor de ônibus bem na nossa porta. É grande a preocupação com a segurança dos nossos alunos”, disse a diretora administrativa da escola, Giedra Paula da Costa.
Ela disse que está indignada com a situação e que já entregou ofício na prefeitura, cobrando providências. A irmã dela, Gerusa Paula, também está preocupada com a situação e aponta como sugestão que seja construída uma passarela para que os pais possam atravessar com mais tranquilidade.
“Não entendemos como farão o corredor do lado esquerdo da via, pois todos os pontos são do lado direito”, disse Gerusa.
Na fan page da escola no facebook são pelo menos 45 comentários sobre a obra, alguns apontam sugestões como faixa elevada, mas a maioria demonstra a insatisfação dos pais. “Projeto mal elaborado, colocando crianças em risco onde o ideal seria priorizar a segurança das crianças no trânsito, com faixa elevada, redutor de velocidade. Uma vergonha!!! Esse corredor de ônibus não deveria existir por segurança aos alunos... espero que a justiça seja feita”, desabafa um dos pais na mídia social.
A escola funciona há 16 anos no mesmo local, emprega pelo menos 20 pessoas e conta atualmente com 200 alunos.
Outro lado – A Prefeitura de Campo Grande informou, via assessoria de imprensa, que além do recapeamento será construída uma plataforma no meio da pista, onde os ônibus vão parar para embarque e desembarque.
Ainda segundo o município, a segurança dos alunos não será comprometida, pois o projeto conta com faixas de travessia e sinalização horizontal e vertical indicando a existência da escola.
Para que os ônibus possam circular com maior fluidez e segurança pelo corredor, haverá investimento em um sistema de semaforização, onde serão investidos R$ 2 milhões na Avenida Bandeirantes; R$ 1,6 milhão na Guinter Hans; R$ 902 mil na Brilhante e R$ 214 mil na Guia Lopes, que integram o corredor.
Obra - Com 70 militares, o Exército deu início à obra de recapeamento da Rua Guia Lopes da Laguna, no trecho entre a Avenida Afonso Pena e a Rua Brilhante, na segunda-feira (13). A via é a primeira de um conjunto de quatro, que passarão, ao longo de dois anos, por restauração, fruto de convênio com a Prefeitura de Campo Grande no valor de R$ 24 milhões. No total, são 12 km de obras.
Os 12 km tem a seguinte distribuição: Marechal Deodoro (5 km), Bandeirantes (4 km), Guia Lopes (600 metros) e Brilhante (3 km).
Serão cinco etapas. A primeira consiste em fresagem, demolição de canteiros e meio-fio, e escavação de vala de drenagem; na fase dois, serão realizados assentamento de tubos, dispositivo de drenagem, fechamento de valas e infraestrutura semafórica; na fase 3, acontecem recapeamento e pavimento flexível novo; na quarta etapa, serão feitos pavimento rígido e meio-fio; e, por fim, acessibilidade e proteção vegetal.